sábado, 29 de dezembro de 2007

A Reedição dos Marretas

Uma forma de crítica que subsiste na Sociedade Portuguesa é a denominada crítica esclerosada ou mais propriamente, crítica corrosiva doentia, que exercita uma condenação permanente, radical e fundamentalista a qualquer actuação dos detentores do poder, independentemente de existirem aspectos positivos avaliados consensualmente por largos sectores da opinião pública. A graduação da avaliação varia sistematicamente entre o mau e o péssimo e o nosso cantinho à beira mar plantado é um inferno para os seus habitantes e um lugar detestável para se viver! Os fazedores de opinião que assumem aquela postura, comportam-se normalmente como se desconhecessem as dificuldades estruturais seculares do nosso país e avançam sobre os políticos com uma agressividade e uma arrogância como se fossem estes os causadores de todas as dificuldades e limitações que o nosso país atravessa! Como se os políticos portugueses fossem diferentes em termos de inteligência, organização, capacidade de trabalho, determinação e honestidade de todos os outros portugueses, incluíndo os analistas políticos, os filósofos e outros pensadores, cujo trabalho que prestam à comunidade é completamente inócuo e inútil ao progresso do País.
A entrevista que o Expresso publica na sua ultima edição a Pacheco Pereira e António Barreto retrata um pouco o que acabamos de dizer e exemplica aquela forma radical de crítica. Aquela entrevista, que pretende grosso modo fazer um balanço de 2007 e anunciar as perspectivas para 2008, contitui, ao fim e ao cabo, uma autêntica reedição dos Marretas.
Segundo estes distintos analistas, vai tudo mal no nosso país, o crescimento económico foi de apenas 1.5% quando deveria ser de 3.5%, as reformas estruturais não se fizeram,a insegurança prolifera, a comunicação social está amordaçada, as pessoas estão revoltadas, vivemos todos numa sociedade detestável e os governantes são todos umas bestas e o Sócrates é um arrogante. Quanto ao Tratado Constitucional Europeu assinado em Lisboa é completamente inútil porque não dá resposta às questões de natureza social ( Como se a Europa não fosse já hoje o espaço no Mundo onde se pratica uma política com maiores preocupações sociais!), que o tratado é todo obra da Srª Merkel e que Sócrates apenas desempenhou o papel de sargento.
Apenas não criticam a forma principesca como o Expresso os acolheu para a entrevista! O Hotel de Luxo Pestana Palace e com certeza as mordomias inerentes, provavelmente a oferta de uma estadia de uma noite e de uma faustosa refeição,serão certamente, aos seus olhos, condignos para se fazer um balanço da acção governativa por parte de tão ilustres pensadores.
Atente-se porem, mais em pormenor na argumentação do sociólogo António Barreto (AB) no que respeita a um aspecto da entrevista.
Diz AB numa parte da sua entrevista: Um dos grandes falhanços deste Governo foi não ter feito a Reforma do Estado e até às próximas eleições não irá fazer mais nenhuma reforma significativa que seja dura para os portugueses!
Noutra parte da entrevista acrescenta: Fiquei surpreendido com a dimensão do protesto dos portugueses em 2007. Estava habituado a uma pequena fúria ou irritação dos portugueses, as pessoas estão irritadas com a distância despótica e arrogante de José Sócrates. Sinto que a contestação em 2008 irá ser muito maior!
Chama-se a isto crítica corrosiva envolta em desosnestidade intelectual! Barreto sabe perfeitamente que as pessoas protestam pelas reformas que foram feitas nas áreas da saúde, da segurança social e outras e não pelo feitio do 1º Ministro que uns consideram de arrogante e outros de determinado.
Imagine-se então como seria o grau de irritação dos portugueses, se algum Governo neste País, aplicasse a tão famigerada Reforma do Estado de que fala AB, que enviaria para o desemprego milhares e milhares de funcionários publicos? Certamente que AB estará de acordo com a intenção demagógica de Filipe Menezes de desmantelar o Estado em seis meses, caso fosse 1ºMinistro.
Também está enganado quanto ao facto de correlacinar directamente o investimento privado no nosso país com a Reforma do Estado. Digamos que, muito mais importante do que a Reforma do Estado para o investimento público é a transparência e o saneamento das contas públicas, é a casa arrumada, é o défice público reduzido (aquilo que não considera relevante porque segundo diz, vivemos numa sociedade detestável).
AB também sabe que quando o investimento público aparecer então sim o crescimento assumirá o valor dos 3% a 4%.
Mas o jornal Expresso também não fica bem na fotografia!
Em primeiro lugar porque a democracia portuguesa não fica nada a ganhar quando se pretende fazer um balanço à actuação do Governo através de uma entrevista a duas pessoas da mesma área política e viciadas na análise negativista e pessimista da Sociedade Portuguesa.
Em segundo lugar porque a reedição dos Marretas nesta altura do campeonato é no mínimo confrangedor.
Em terceiro lugar porque gastaram uma pipa de massa e prestaram um mau serviço aos seus leitores.
Por ultimo, esta coisa de pessimismo e de optimismo, como se sabe, nada está provado acerca da razão dos que advogam sistematicamente o pessimismo!
Uma coisa é certa...... os arautos do pessimismo são muito mais infelizes que os optimistas.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Kalinada de Patinha, a Psicose de Santana e o Populismo de Menezes

O debate no Parlamento sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2008 que terminou no dia 23 deste mês, decorreu de uma forma tranquila, sem sobressaltos e favorável ao Governo de José Sócrates, pese embora os partidos da oposição tenham feito tudo para o desacreditar e denegrir. Como disse o Ministro das Finanças no seu discurso de encerramento do debate parlamentar, "Contra factos não há argumentos"! Acima de tudo, pese embora as dificuldades que o País atravessa, os resultados da governação até ao momento, estão acima das previsões iniciais do Governo.
As oposições, não se dignando apresentar um rumo alternativo credível nem sequer demonstrando que as opções estratégicas adoptadas pelo Governo estão erradas, limitaram-se a apresentar um mar de lamentações de cariz social e de natureza fiscal que como todos sabemos encontram explicação nas limitações e deficiências de ordem estrutural da nossa economia.
Em suma o que os partidos da oposição fizeram no debate foi criticar forte e feio as medidas de contenção adoptadas pelo Governo, nomeadamente restricções no âmbito da Segurança Social, aumento dos impostos, etc.. e por outro lado propôr medidas e alterações ao Orçamento apresentado que iam, umas, no sentido de aumentar a despesa, outras na redução das receitas, passando por cima do problema do Défice como cão por vinha vindimada! Como se este não fosse de momento o maior problema do País, em luta por uma maior transparência da vida pública e uma maior credibilização face à actuação dos Agentes do Desenvolvimento, nacionais e e estrangeiros.
Mas O Partido Social Democrata, com a nova liderança de Filipe Menezes e Santana Lopes, tentou ir mais longe! Novamente numa lógica de tentativa de acerto de contas com o passado e de obsessão pelo seu branqueamento, aquele partido, pela boca do seu novo "expert" para os assuntos económicos, o deputado Patinha Antão, tentou passar a ideia de que o défice seria bem superior aos 3% anunciados pelo Governo caso, à revelia do Eurostat, fossem retiradas determinadas verbas nas receitas e, por outro lado, fossem contabilizadas ou cativadas no valor da despesa determinadas rubricas, como por exemplo a denominada dotação provisional, que por sinal, todos aqueles que leram a Proposta de Orçamento do Governo sabem que essa dotação foi efectivamente contabilizada na despesa.
O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos classificou esta argumentação de Patinha como Kalinada uma vez que traduz um erro grave na apreciação técnica do Orçamento do Estado. Eu por mim julgo que não se trata de um erro, porque os deputados da área económica dominam como ninguem os aspectos técnicos de um Orçamento de Estado, mas sim uma tentativa de mistificação e de confusão dos portugueses.
Um camarada meu da Armada, infelizmente já desaparecido do mundo dos vivos, dizia-me em tempos idos que tinha completado o curso superior de economia unicamente por uma razão, "ler e interpretar correctamente as notícias e os artigos dos média relacionados com matérias de natureza política e económica".
Menezes, Santana e Patinha sabem muito bem que 99% dos portugueses não são formados em economia e que muitos destes, enredados nos seus problemas e dificuldades do dia a dia, são potenciais receptores ao que diz um senhor bem vestido do alto de uma tribuna do Parlamento, com uma atitude muito enérgica e muito carrancuda..... mesmo que estejam implícitas no discurso muitas meias verdades, muitas mentiras e muitas Kalinadas.
A estratégia adoptada por este triunvirato do PSD para a discussão do Orçamento, na impossibilidade de apresentarem um rumo alternativo credível, assenta toda ela na tentativa de mistificar e confundir os Portugueses que, na sua grande maioria, não têm qualquer preparação a nível económico e financeiro. A palavra de ordem dada por Menezes foi... denegrir até à exaustão as medidas tomadas e as reformas efectuadas classificando-as como atentados ao bem-estar dos portugueses, apontar a falha nos resultados do Governo no que respeita à redução da despesa não esclarecendo minimamente como o conseguiria caso fosse Governo, proclamar com um ar muito sério que houve "muscambilha" por parte do Governo na aferição do cálculo do Défice e pasme-se...à luz dos resultados positivos já conseguidos por este Governo, acenar aos portugueses com propostas de benesses que, caso fossem aceites, iriam comprometer de uma vez por todas a luta que se vem travando contra o défice excessivo.
E o compromisso com Bruxelas para reduzir o défice para um valor sustentável inferior aos 3% ? Bem isso agora não interessa nada! ....O que importa é conseguir o poder a qualquer custo.
O Populismo e a Demagogia imperam! É a Esperteza Saloia em todo o seu explendôr!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Volta Santana, estás perdoado!

A primeira entrevista de Meneses à televisão após assumir as funções de líder do PSD foi esclarecedora! O Governo e o Partido Socialista não irão ter muito com que se preocupar uma vez que a contestação interna dos opositores a Meneses dentro do próprio partido vai encarregar-se , ela própria, de criar os anti-corpos necessários para provocar a sua queda antes das eleições de 2009. Senão vejamos!
Quais são então as ideias base do novo líder do PSD?
A primeira, anunciada com todas as letras, será trazer de novo à ribalta política Santana Lopes, com a incumbência expressa de ressuscitar o período da sua governação e demonstrar a todos os portugueses, por a mais b, que ele estava certo no rumo que traçou enquanto foi Primeiro-Ministro e que essa história do défice dos 6% foi uma invenção do Sócrates para o desacreditar.
Ora toda a gente sabe neste país que Santana Lopes foi literalmente escorraçado do cargo de 1ª Ministro por um conjunto de circunstâncias que não abonam nada a seu favôr, nomeadamente a falta de credibilidade para o exercício do cargo, exercício de uma política populista para agradar a gregos e a troianos quando imperava a necessidade de contenção e do apertar do cinto dos portugueses, contestação interna dentro da própria equipe governamental, rápida aceleração de resultados negativos no âmbito da política económica, transposição da vida nacional e da acção governativa para um palco mediático conotado com o mundo das telenovelas e da imprensa côr de rosa.
Curioso foi constatar que grande parte da contestação que se criou à volta da governação de Santana Lopes foi gerada dentro do próprio PSD.
Quanto à questão do equilíbrio das contas públicas não podemos esquecer que o saneamento do défice foi também uma das promessas dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Todos também sabemos que as medidas adoptadas por ambos para o conseguir passaram maioritáriamente por manobras de engenharia financeira e por alienação de bens patrimoniais do Estado. Apesar de tudo isso o resultado que se viu foi um défice superior a 6% em 2005!
Meneses vem agora dizer que esse valor não corresponde à realidade e que ele foi adulterado pelo Governo Socialista. Pergunto eu, mas esse valor não foi confirmado pelo Banco de Portugal? Bem mas esse não conta porque Vitor Constâncio é do Partido Socialista! E Bruxelas também não confirmou aquele valor do défice? Será que também a CE é socialista e faz o jogo de José Socrates?
Outras das ideias fortes de Meneses para o combate ao Governo é que este não pode alegar que os problemas estruturais da economia do nosso país se devam maioritáriamente à governação de Durão e Santana porque os Socialistas governaram mais anos! Então os oito anos de governação de Cavaco Silva não contam porquê? Será por ele ser sulista?
O facto de o Governo de Sócrates projectar no Orçamento para 2008 um crescimento do PIB de apenas 2.4% em contraste com o valor de 1.8% previsto pelo FMI constitui um outro cavalo de batalha no combate político que se seguirá, a encetar pelo homem de Vila Nova de Gaia.
Curiosamente todas as projecções que foram feitas anteriormente pelo FMI desde que o Partido Socialista assumiu a governação, pecaram sempre por se revelarem inferiores aos valores reais promulgados posteriormente, em comparação com as previsões do Governo que se revelaram sempre mais fidedignas. Não sei como nem onde irá Meneses encontrar argumentos para sustentar e relevar as previsões do FMI?
Quanto ao facto de LFM achar que o valor projectado pelo Governo para o crescimento económico para 2008 ser extremamente baixo, bem certamente que ele se esqueceu que no ano 2005, após a governação dos governos do PSD o crescimento foi praticamente zero, uma quase recessão técnica!
Por outro lado todos nós sabemos que quando o país está a tentar equilibrar o Orçamento do Estado após a ocorrência de uma recessão técnica em 2005 e do registo de um défice acima dos 6% nesse mesmo ano, enquanto a Reforma da Administração Pública, que os governos do PSD nunca tiveram a coragem de fazer, não começar a surtir os seus efeitos positivos na redução da despesa do Estado, a carga fiscal bem como a redução do investimento público constituem factores essenciais para a consolidação orçamental. Como tal, com um agravamento da crise internacional pelo meio, como não existem milagres, não poderão ainda ser expectáveis valores elevados para o crescimento económico de 2008.
Mas atenção, as coisas para 2009 poderão ser bem diferentes, principalmente se se conseguir que o défice venha para a casa dos 2% em 2008 e se,entretanto, a economia mundial não entrar em recessão!
Um dos dados económicos anunciados recentemente que nos dá algum optimismo, prende-se com o valor do investimento estrangeiro em 2006 que subiu cerca de 85% e com o investimento privado nacional no estrangeiro que subiu mais de 50%, em relação ao ano de 2005 ( Ano da bagunçada). Certamente que estes valores irão subir gradualmente em 2007, 2008 e por aí fora! Espera-se também que o investimento privado nacional no país aumente progressivamente nos próximos anos. Para que isto seja uma realidade torna-se fundamental ter a casa arrumada, as contas em ordem, que haja credibilidade e confiança na acção governativa e total transparência na vida pública nacional.
Meneses diz que os milhares de Portugueses desfavorecidos pela sorte, os que estão nas listas de espera dos hospitais, os professores maltratados pelo Governo, os idosos que não têm dinheiro para comprar medicamentos, os que militam na lista dos desempregados, todos eles estão á espera do governo do PSD para lhes resolver os problemas!
É a demagogia pura em todo o seu explendor! Santana não faria melhor!
O que eu diria mais concretamente, é que existem de facto milhares de portugueses, que anseiam doentiamente que o PSD assuma as rédeas da governação, para recuperarem o poder perdido e a capacidade de moverem influências, para enriquecerem ou voltarem a enriquecer (porque entretanto ficaram menos ricos), para conseguirem novos empregos e para promoverem o caciquismo local, regional e nacional.
Esses portugueses são os apoiantes de Meneses, filiados no PSD, que não souberam esperar normalmente pela prestação do anterior líder Marques Mendes e que lhe moveram, internamente, uma oposição sistemática, organizada e pouco escrupulosa.
Será por tudo isto que os críticos dentro do próprio partido não lhe vão perdoar!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

PORMENORES TÉCNICOS DAS MANIFESTAÇÕES

A grande polémica da semana foi, sem qualquer dúvida, a visita dos dois agentes da PSP à delegação do sindicato dos professores na Covilhã, antes da manifestação programada para o dia seguinte, por ocasião da visita oficial de Sócrates a uma escola.
Parangonas em toda a Comunicação Social, aberturas de telejornais, chamada urgente do Ministro da A.I. ao Parlamento, Partidos da Oposição em uníssono a manifestar a sua indignação perante o acontecimento, conferência de imprensa de um sindicalista a clamar pela liberdade de expressão, exclamando, em extase, que esta estaria seriamente ameaçada, etc...
Pela explicação do ministro no Parlamento parece que tudo se passou de uma forma natural, uma vez que havia uma lacuna de informação da autoridade local no que respeita a pormenores da realização da manifestação que tinham absoluta necessidade de saber para o cumprimento da sua missão. Ao que parece em todas as manifestações realizadas anteriormente, esta troca de informações entre as autoridades e os sindicatos é realizada previamente por telefonema o que, por ingenuidade do comandante da PSP local, não teria acontecido desta vez.
Questiona-se se todo este alarido à volta deste caso, toda esta agitação e mobilização teria de facto razão de existir, pelo facto de estar em causa a liberdade de expressão ou, se tudo isto, não passou de mais uma encenação do Partido Comunista (com os restantes partidos da oposição a reboque!) no sentido de confundir a opinião pública, desgastar o governo e acima de tudo desviar a atenção das pessoas dos dados económicos positivos que o Governo apresentou esta semana?
Que se saiba os unicos momentos em que a liberdade total ( não só a de expressão) esteve realmente em perigo (e por muitas vezes!) depois do 25 de Abril, aconteceram no período do PREC, nomeadamente numa célebre manifestação de operários da construção civil convocada pelo sindicato do sector, ocorrida no dia 11 de Novembro de 1975 e que culminou com a sequestração dos Deputados do Parlamento. Neste episódio todos nos lembramos de ver os deputados do PC, com o camarada Jerónimo na primeira linha, a aplaudirem efusivamente aquela famigerada operação de intimidação dos legítimos representantes da Nação de então. Desconhece-se se, nessa altura, teria havido alguma troca prévia de informações entre o Sindicato e a Autoridade Policial no sentido de assegurar a manutenção da ordem pública, e ao fim ao cabo, acertar todos os pormenores ténicos da dita manifestação. É porque, se de facto ocorreu essa interpelação da polícia, podemos também dizer que ela fez perigar na altura a liberdade de expressão! Pelos vistos, pela reacção hilariante dos deputados do PCP esse problema não suscitou, à época, qualquer preocupação relevante!
Meus senhores, por favor, não confundamos as coisas e tenhamos uma real percepção da sua dimensão e importância!
Nos restantes países europeus desenvolvidos, este tipo de discussões não se coloca porque os potenciais promotores de tais campanhas, têm perfeita consciência que as pessoas em geral, sabem perfeitamente separar as águas e apenas se interessam pelos reais problemas que os afligem.
No nosso país, as pessoas, felizmente, também já se podem incluir naquele lote de europeus mais esclarecidos. Pelos vistos, os donos da " CASSETE" é que ainda não perceberam isto!

domingo, 26 de agosto de 2007

O HOMEM QUE MORDEU O CÃO

Esta semana foi notícia em toda a Comunicação Social o facto provado do financiamento ilegal do PSD por parte da Somague durante a campanha para as eleições autárquicas de 2001. O secretário-geral daquele partido naquela data, Luís Arnaut, já veio a terreiro assumir as suas responsabilidades políticas, remetendo para o seu colega de partido Vieira de Castro, à data secretário de Estado das Obras Públicas, outras responsabilidades, caso elas venham a ser posteriormente assacadas após a investigação em curso por parte do Ministério Público.
É aliás uma característica da família social-democrata, quando se sente acossada, reage da pior forma, acusa outros correleginários do partido e manda às malvas os princípios de solidariedade, da camaradagem e da lealdade. Os interesses são mais que muitos!
Veja-se por exemplo o que se está a passar neste momento com a luta pelo poder dentro do PSD! Acusações, difamações, ameaças, traições, covardias,jogos de bastidores... tudo tudo igualzinho ao que nós vemos nos filmes mais que ultrapassados de holywood sobre política à americana.
No meio de toda esta cavalgada de acontecimentos não podemos ficar indiferentes ao caso das ameaças de morte aos filhos de uma militante do PSD que ousou tomar partido por um dos candidatos a líder. Este tipo de comportamento ultrapassa todos os limites de tolerãncia que se pode ter com uma organização política que já foi responsável por muitos governos no nosso país. Digamos que ele se enquadra mais numa organização tipo mafiosa do que propriamente num partido político que pretende voltar a assumir responsabilidades governativas.
Perante tudo isto, que afecta em toda a sua plenitude o maior partido da oposição, o que é que o Expresso, um jornal de referência como os seus responsáveis gostam de frizar, tem para nos dizer na sua ultima edição escrita?
Bem sobre o caso das ameaças de morte aos filhos de uma militante, rigorosamente nada! Assunto considerado certamente sem relevância jornalística no âmbito da linha editorial traçada mas não assumida!
Relativamente ao caso mais badalado da semana, como foi o caso do financiamento ilegal da Somague ao PSD, então a abordagem é digna de figurar nos manuais de Comunicação Social, no capítulo da manipulação da informação.
Então o título dado ao artigo que pretende tratar da matéria em causa que é o facto provado do financiamento do PSD pela Somague, é nem mais nem menos " Máfia dos Bingos do Brasil subsidiou PS?
Este assunto que vem sendo investigado há já algum tempo atrás, que até ao momento não passa de especulação porque ainda nada foi provado e que já foi objecto de tratamento por parte daquele jornal em vários artigos, dá azo à formação de outro artigo encimado por um título que em letras garrafais sugere aos leitores que a Máfia dos Bingos do Brasil financia o PS. Entretanto o assunto mais falado em toda a Comunicação Social durante a semana, o financiamento ilegal do PSD pela Somague, que não é especulação mas sim um facto já provado pelo Tribunal Constitucional, não merece mais que umas linhas inseridas no conteúdo do artigo mencionado.
Ou seja no entender dos responsáveis daquele jornal o que efectivamente é notícia é a especulação sobre assuntos relacionados com o partido do Governo, os factos relacionados com o PSD, mesmo os mais escabrosos, como já não impressionam ninguém pela frequência como ocorrem e quantidade de casos registados...... bem esses deixaram de ser notícia para o Expresso porque a opinião pública os entende como normais.
O homem que mordeu o cão.

domingo, 24 de junho de 2007

Miguel Sousa Tavares no divã

Miguel Sousa Tavares (MST) não faz a coisa por menos... Se isto é a Esquerda, que venha a Direita!
MST concluía assim o seu artigo na ultima edição do Expresso que intitulou de " O DESVARIO DOS SOCIALISTAS" na sequência de um rol de críticas ao governo de José Socrates pela decisão de construção de um novo Aeroporto e do TGV.
Curiosamente, naquele mesmo artigo, começa por enumerar uma série de "grandes obras públicas" de estilo arquitectónico grandiloquente do Estado Novo, criticando a crença que todos os governos têm de ser o Estado o motor da Economia, constituindo a construção de grandes obras públicas monumentais o instrumento mais apetecível para o efeito! Então, como exemplos, pasme-se, apresenta as obras do Estado Novo, nomeadamente, a Gare Marítima de Alcântara, o Estádio Nacional, o Técnico, a Ponte de Vila Franca e o aterro de Belém para a realização da Exposição do Mundo Português de 1940. Como obras megalómanas mais recentes aponta entre outras, o Alqueva, a Exponor e o CCB.
Poderíamos analisar uma por uma todas estes desvarios despesistas de governos anteriores e fazer uma análise muito breve sobre o tal binómio custo-eficácia que o actual Presidente da Répública tanto gosta de evocar. Julgo, contudo, que essa análise seria tanto ou mais ridícula como a simpes apelidação a tais obras, como afirma MST, de elefantes brancos!
Mas o que levará MST a ir tão longe nas suas críticas ao Governo, a ponto de reclamar a sua substituíção por um governo de Direita e a verberar tamanha agressividade para com alguns aspectos da governação Socialista?
Analisando com rigor toda a argumentação exibida no texto, fácilmente se chega à conclusão que o novo Aeroporto e o TGV não são motivos suficientes para esta posição radical de MST sobre a actuação do Governo! Até pela simples razão que estes projectos já constavam do programa eleitoral do PS que conduziu JS à maioria absoluta. Que se saiba, MST não pede a substituíção do Governo desde o início da governação! Sendo assim o que se passará efectivamente na cabeça daquele polémico jornalista para, num rompante, deslumbrar-se com a Direita deste País?
Tanto mais que não se coíbe de criticar asperamente os interesses privados dos bancos, seguradoras, construtoras, empresas de estudos, gabinetes de engenharia e escritórios de advogados que se vão chegar à frente para ganhar os milhões das obras socialistas. Não se percebe muito bem onde encaixa a coerência do discurso esquerdista com o desejo da governação da Direita, e esta baralhação de ideias, esta aparente contradição, só pode dever-se à existência de um conflito interior ao nível do Sub-Consciente.
A explicação para esta nova atitude de MST, expressa algumas vezes de uma forma agressiva e arrogante, não se pode encontrar, como vimos, de uma forma lógica e consciente, havendo necessidade de recorrer aos meandros da Psicanálise para a entender!
Como matéria complexa que é, esta história de encontrar motivos inconscientes que justificam comportamentos e atitudes da vida real, normalmente não se resume apenas a uma explicação mas sim a várias hipóteses que podem contribuir isoladamente ou em conjunto para a compreensão do problema.
Então, como 1º ensaio de análise psicanalítica do comportamento de MST adiantamos a hipótese de inveja de MST do 1º Ministro José Sócrates em termos desportivos e de saúde.
Toda a gente sabe que Sócrates cultiva a vida regrada, o desporto e a saúde, não se coibindo de fazer o seu jogging matinal, mesmo durante as visitas oficiais a outros países. Pois bem, o único desporto que se conhece a MST é o circuito semanal de Jeep entre Lisboa e o seu Monte Alentejano, com passagem por Setúbal para comer salmonetes. No fundo MST quereria imitar o Sócrates, fazer jogging, deixar o tabaco e ter uma vida mais regrada e saudável! Mas não consegue......o resultado é a manifestação de agressividade contra o Governo e JS!
Um segundo ensaio sugere que a pedra no sapato de MST tem a ver com o facto do Governo pretender atribuir mais poderes à Entidade Reguladora da Comunicação Social, fazendo desta entidade um orgão mais interventivo e mais controlador dos desmandos de alguns jornalistas. MST embora no fundo não concorde com a bagunça a que chegou alguma Comunicação Social, mas por uma questão de coerência não o deseja admitir!
Então trata de combater o Governo noutras áreas que não a Comunicação Social, escamoteando dessa forma o seu verdadeiro desígnio.
Finalmente, uma outra hipótese prende-se com a frustação de MST ter adquirido o estatuto de escritor famoso à custa de um único romance e não conseguir extravasar os seus estados de alma através de outras formas da escrita, nomeadamente da poesia.
Veja-se o caso por exemplo de Vasco Graça Moura (VGM). É incontornável a sua situação de escritor prestigiado com a poesia a merecer lugar de destaque no conjunto da sua obra, pese embora, desde sempre, assuma uma postura de militância de direita, em defesa daqueles valores. Pode-se questionar como é possível conciliar estas duas vivências distintas entre si, por um lado o cultivo da sensibilidade, do amor, dos afectos, e por outro o assumir de uma cultura de direita, baseada na enonomia de mercado e assente na filosofia capitalista e materialista da exploração do trabalho em benefício do capital?
Pois bem, a nossa interpretação é que a poesia para este militante do PSD, funciona inconscientemente como sublimação dos ideais de Direita. É como que um escape, uma válvula na panela de pressão, uma descompressão para resolução do conflito interior entre a sensibilidade e a rigidez, entre os afectos e os apegos, entre o coração e a razão materialista.
Quanto a MST, quem sabe se ele não resolveria o seu problema, ensaiando, estudando, praticando e assumindo de vez a componente poética do seu lado de Escritor, tal qual como VGM!
Depois, bem... depois, seria só mandar o jornalismo às malvas e esperar, pacientemente, pela nomeação para um cargo internacional, (Adido Cultural numa Embaixada ou Deputado Europeu) quando a Direita deste País voltar ao Poder!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Os Romanos já sabiam!

Uma das principais consequências do recuo do Governo no que respeita à construção do futuro aeroporto é, sem dúvida nenhuma, a divisão dos opositores à OTA. Neste momento, todos eles, analistas políticos, políticos (Mendistas, Santanistas, Barrosistas, Cavaquistas, Portistas, Castristas, Monteiristas, Comunistas, Bloquistas, Monárquicos), Técnicos contratados e freelancers, Autarcas, Empresários de grande médio e pequeno porte (Os que deram a cara e os que continuam no anonimato, os Visíveis e os Invisíveis), Jornalistas.....agora divididos, esgrimem argumentos a favor da construção do aeroporto em Alcochete, Poceirão, Montijo, da manutenção da Portela e construção de um segundo aeroporto para os voos Low-Cost e Portela só! Nesta panóplia de intervenientes activos que defendem que todos os locais são bons à excepção da OTA, ainda podemos diferenciar uma outra classificação quanto aos motivos que os movem. Então poderemos referir os que apresentam motivações políticas, os que defendem interesses próprios, os que estão a soldo, os eternos conspiradores contra o Governo que se opôem, ocultamente ou às claras, a todas as iniciativas governamentais,o núcleo duro do Norte, os imbecis, e finalmente os que estarão de boa fé a defender o que julgam ser o interesse nacional.
Todos eles referem que a decisão do Governo é um recuo mas aceitam a decisão e concordam com ela! Todos excepto alguns que obstinadamente continuam a apontar o dedo ao Governo dizendo que Mário Lino não está de boa fé ao mostrar abertura para a discussão do projecto e que o Governo conseguiu iludir os oponentes à OTA remetendo a discussão do assunto para daqui a seis meses.
Uma caracteristica comum a todos estes intervenientes anti-OTA é que sistemáticamente, nas suas argumentações encaloradas, omitem os seguintes factos:

- Em todas as Capitais da Europa já não existem aeroportos dentro das próprias cidades.

- A solução da OTA está no programa eleitoral do PS e foi sufragada pelos portugueses que lhe deram a maioria absoluta para governar.


Agora, meus senhores, conseguida a acalmia com o adiamento da discussão da OTA, o líder do PSD já avisou que a seguir vem a contestação ao TGV!
Preparem-se os portugueses que vão ter mais do mesmo! Discussões no Parlamento, Comunicados dos Partidos Políticos, Aberturas de 1ªpágina das televisões e dos jornais, editoriais dos semanários e jornais diários, análise semanal do professor Marcelo na RTP1, artigo de opinião de Miguel Sousa Tavares no Expresso, conspirações do bloguista Pacheco Pereira, declaraçóes bombásticas de Paulo Portas durante visitas a feiras, análises milimétricas às intervenções de Mário Lino, revelações de Cavaco Silva com interpretações à medida, etc, etc........
Ao fim e ao cabo, o que mais surpreende no meio de tudo isto é o facto do Eng. Guterres, ter conseguido governar este país durante 6 anos sem maioria absoluta? É certo que a história do queijo Limiano não lembra ao diabo, mas no meio de tanta armadilha montada, foi o único jeito que ele ardilou para sobreviver!
Depois o mais espantoso de tudo isto é que todos aqueles que estão sempre à espera da primeira oportunidade para colocar obstáculos à governação (quando não a encontram inventam-na), são sempre os primeiros a criticar o Governo pelo facto do nosso crescimento ser ainda inferior ao de Espanha e ao de outros países da União Europeia!
Lembram-se certamente do episódio do relatório enviado para Roma pelo então General das Legiões Romanas que ocupavam a Lusitânia no ano 100 a.c., Julio César, durante a Romanização da Península Ibérica! Experimentavam os Romanos na altura implementar no nosso cantinho um novo modelo de sociedade num processo denominado de Municipalização da Hispânia.
Pois bem no dito relatório, segundo consta, ia referida uma alusão às características do Povo Lusitano, que entre outras qualificações salientava o seu carácter guerreiro e amistoso mas que não se conseguia governar a si próprio.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Denúncias anónimas e cumplicidades

Em entrevista recente à revista Visão, o Fiscalista Saldanha Sanches afirmava que existe nas autarquias de província "uma relação de amizade e de cumplicidade entre os Autarcas e o Ministério Público que põe em causa a independência judicial" no que concerne, evidentemente, às matérias de criminalidade económica.
Estas afirmações provocaram, como seria de esperar,uma acésa polémica entre os que se sentiram visados e a coisa promete não ficar por aqui! Até porque o "provocador" desempenha agora uma importante função no âmbito da candidatura de António Costa ao município de Lisboa.
Convém no entanto lembrar que para além do papel relevante que os Magistrados do Ministério Público desempenham na acção judicial, as Polícias, nomeadamente a Polícia Judiciária, dispôem igualmente de um grande poder nesta matéria. Se não nos enganamos, as suas competências neste momento estendem-se até à possibilidade de constituir arguídos! E estas duas entidades, em perfeita sintonia , dispôem ainda do poder, imagine-se, de decidir a abertura automática de um inquérito baseado pura e simplesmente numa denúncia anónima. E mais grave do que isso, a existência de uma denuncia anónima é condição suficiente para a abertura de um inquérito, mas isso não implica que também seja condição necessária. Isto significa que o critério de instaurar um inquérito judicial sempre que exista uma denúncia anónima poderá ser seguido ou não, conforme as circunstâncias, não havendo para o efeito necessidade da existência de suspeitas fundamentadas. Isto é, o critério não existe.
Assim sendo, não interessa apenas falar em cumplicidades de autarcas das cidades de província com magistrados do Ministério Público mas também relevar a importância de outros intervenientes neste processo e equacionar o alargamento dessas relações de amizade a outros orgãos igualmente relevantes da máquina judicial, nomeadamente a Polícia Judiciária.
Os Magistrados do Ministério Público muitas vezes são colocados em Comarcas da Província, pese embora sejam naturais de outras zonas do país. São, nessas circunstâncias, nomeados para uma comissão de serviço temporária, com carácter de missão. Os Agentes e Inspectores da PJ têm uma tendência natural para procurarem ser colocados nas cidades próximas das suas terras de origem, tendo assim uma afinidade muito mais forte à região onde nasceram.
Portanto, se quizermos ser mais rigorosos e analizar de uma forma mais exaustiva as relações de amizade e cumplicidade que poderão pôr em causa a independência judicial, deveremos nelas incluir, não apenas os autarcas e magistrados do MP,mas também as entidades com influência local ou regional e todos os intervenientes activos na acção judicial.
Recordam-se certamente daquele episódio rocambolesco da despedida do chefe da PJ de Aveiro do exercício do seu cargo, no ano de 1998. A festa se bem me lembro foi realizada num célebre restaurante da zona, à porta fechada, onde após um opíparo banquete teve lugar uma cena de STREAP TEASE em cima da mesa onde foi servida a refeição, proporcionada por uma prostituta contratada para o efeito.
Pois bem, segundo reza a história, entre as presenças que rejubilaram com o festim, para além de todo o corpo policial da PJ de Aveiro, constavam também algumas Entidades Locais e Regionais e alguns Magistrados do Ministério Público. Querem maior cumplicidade que esta?
Já que falamos de Aveiro recordo neste espaço as vicissitudes por que passou este vosso "bloguista" às maos da PJ local no exercício das suas funções de Capitão do Porto daquela cidade, para as quais foi nomeado no fim de 1998.
Uma carta anónima de um mau funcionário, que nunca aceitou o facto de ter sido movimentado para outra cidade, foi o unico motivo oficial que justificou o accionamento de um inquérito judicial em que foi constituído arguído. Os outros motivos não oficiais e evidentemente não evocados prenderam-se com dificuldes de relacionamento institucional entre o Capitão de Porto e a PJ local.
O processo foi arquivado em 2006 pelo Tribunal da Relação de Coimbra, baseado maioritáriamente em fundamentações que já tinham sido esgrimidas, mas em vão, na fase inicial do processo, pelo Chefe de Estado Maior da Armada, quando da conclusão do processo de averiguações mandado instaurar pela Marinha.
Interroguei-me diversas vezes durante a vivência daquela situação, quantas cartas anónimas teria recebido a PJ de Aveiro, visando concretamente autarcas e outras entidades locais, que pura e simplesmente foram ignoradas e não deram origem a qualquer inquérito judicial?
Pois bem, o Capitão de Porto é apenas um oficial das Forças Armadas que não pertence a qualquer lobby organizado, não tem normalmente ligações à terra ou à região e é uma espécie de para-quedista que aterra no local para fazer uma comissão de serviço e depois partir. Existem mais exemplos do passado que pôem em evidência a fragilidade em que se expôem os membros das Forças Armadas quando desempenham cargos na Administração Pública conotando-os como alvos a abater.
Por outro lado, o denominado Departamento dos Crimes Económicos da PJ de Aveiro tinha que mostrar serviço e apresentar trabalho. À falta de investigação a autarcas e outros, sempre existem alguns mal amados que apenas necessitam de uma carta anónima redigida por um mau funcionário", para serem constituídos arguídos e servirem de arma de arremesso para vinganças pessoais!
Felizmente que o Governo e o procurador-geral da Républica já compreenderam as aberrações do actual Código de Processo Penal (CPP) e decidiram alterá-lo em consonância com o principal partido da oposição. De acordo com o publicado na Comunicação Social a nova lei vai retirar às polícias a competência para atribuir o estatuto processual de arguído. Além disso consta também que , entre muitas outras alterações que irão figurar na futura lei, as denúncias anónimas vão deixar de dar origem automática à abertura de inquéritos.
Mais vale tarde que nunca!
Como diz o procurador-geral da República, Dr. Pinto Monteiro, "O País está hoje cheio de arguídos inocentes".
Como neste País, para o homem médio, o arguído é culpado, imagine-se a quantidade de arguídos inocentes existentes e toda a panóplia de angústias, de desesperos, de incómodos e prejuízos pessoais a eles causados e às suas famílias.
Releve-se também todos os meios materiais e humanos envolvidos em milhares e milhares de processos arquivados que não deram em nada e os custos envolvidos em todas estas operações, sem qualquer responsabilização de Agentes e Inspectores da PJ e Magistrados do MP.
Oxalá que o novo CPP possa proporcionar uma efectiva melhoria na justiça portuguesa e contríbua também para uma verdadeira independência judicial.

domingo, 3 de junho de 2007

Os interesses, sempre os interesses!

É deveras surpreendente a animosidade desmedida com que alguns Orgãos de Comunicação Social brindam alguns governantes deste país. Na berlinda estão principalmente os ministros Mário Lino e Manuel Pinho. José Socrates, o primeiro ministro, depois de uma vergonhosa campanha difamatória contra a sua pessoa, está agora mais resguardado da fúria jornalistica e de alguns bôbos da corte. Lamentavelmente para estes senhores, as sondagens continuam a favorece-lo, de modo que tiveram que arrepiar caminho, antes que que o feitiço se virasse contra o feiticeiro.
Sobre o Ministro Mário Lino é surpreendentemente rídiculo a forma desproporcionada e patética como têm procurado atingi-lo e denegrir a sua imagem. Uma frase algo infeliz do visado, retirada do contexto da sua alocução numa reunião de economistas, provocou uma histeria colectiva no meio jornalístico que será certamente objecto de um estudo e análise posteriores, depois de passada esta onda de contestação, infrutífera, à construção do aeroporto na OTA.
De facto o que move a actual ofensiva contra a OTA, são sem duvida nenhuma os interesses instalados e apenas a defesa desses interesses pode motivar uma campanha tão agressiva e tão violenta que assume por vezes o limiar do histerismo.
A posição do Governo nesta matéria tem sido acima de tudo coerente uma vez que assume que a decisão da construção do aeroporto na OTA foi tomada no Governo de Guterres, baseada em vários estudos científicos, e que este executivo se limita a dar continuidade ao projecto e avançar para o início da sua construção no mais curto espaço de tempo, uma vez que a situação da aeroporto da Portela se vai tornar insustentável dentro de pouco tempo.
Vejamos qual a posição do PSD nesta matéria, para além do insulto pessoal permanente ao Ministro da tutela! Nos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes apoiou a construção no aeroporto da OTA e deu continuidade ao projecto. No Governo de Sócrates, tem tido uma atitude de combate sem tréguas á OTA e tem marcado sem dúvida a agenda política inscrevendo a discussão sobre o novo aeroporto na ordem do dia. Na contestação ao executivo de José Socrates sobre esta matéria começou por defender a construção do novo aeroporto na margem Sul,referindo duas localidades, Rio Frio e Poceirão, pese embora nunca tenha apresentado qualquer estudo para o efeito. Entretanto, com a ocorrência de eleições para a Camara de Lisboa, surpreendentemente, virou novamente o bico ao prego, e começou a defender a continuidade do Aeroporto da Portela alargando as suas instalações até à zona de Figo Maduro. José Sócrates já interpelou o líder do PSD, Marques Mendes,durante o ultimo debate parlamentar na Assembleia da Républica, se as eleições fossem para a Camara das Caldas da Raínha, se ele, Marques Mendes, não viria a terreno defender o aeroporto na OTA.
Um insuspeito dirigente da área centro direita afirmava em entrevista ao semanário Expresso na sua edição da semana passada, que vê o PSD como um emaranhado de confusões e de interesses que torna impossível ter qualquer proposta séria e credível. Adianta mesmo que aquele partido é o conglomerado máximo dos interesses em Portugal e está prisioneiro deles!
Os portugueses já começaram a ter um pouco a percepção dessa realidade pêpêdista. As sondagens são o que são, mas não enganam e não andam muito longe da verdade.
A discussão do futuro aeroporto vai entrar numa fase crucial. Vamos assistir sentados e incrédulos ao esgrimir de argumentos técnicos para defender uma e outra posição. Curioso será verificar o "conjunto" de empresários que ordenou o estudo que aponta para a construção do aeroporto na margem sul! Projectos Turísticos de grande envergadura do empresário Belmiro de Azevedo e do banqueiro Ricardo Espírito Santo estarão na frente de combate? talvez,... vamos ver!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Inventem-se novos jornalistas!

Todos nos lembramos de episódios passados na nossa adolescência com os colegas do Liceu quando no dia a dia escolar nos encontravamos para brincar nos recreios ou fora da escola. Na minha memória relembro com alguma nitidez alguns adolescentes meus amigos que tinham o péssimo hábito de, na nossa convivência diária, adoptar uma atitude permanente de crítica e maledicência dos outros. Tínhamos a percepção que esses colegas sentíam uma grande necessidade de denegrir a imagem e a inteligência dos outros a fim de puderem esconder as suas próprias deficiências e inferioridades. Era notória a sua alegria e felicidade quando denunciavam qualquer escorregadela ou lapso cometidos pelos outros! A sua obsessão era detectar e explorar qualquer deslize ou hesitação dos parceiros mesmo quando era visível por todos que não tinham qualquer relevância. Muitas vezes, mesmo não havendo a ocorrência de qualquer lapso nas nossas reacções, estas eram empoladas, adulteradas e por vezes até inventadas, tal não era a fome devoradora para afectar a imagem dos outros.
Recentemente dei por mim a pensar que episódios semelhantes aos acima relatados, caraterísticos duma adolescência com dificuldades em crescer e em atingir a maturidade, são em todo semelhantes ao que se passa hoje em dia com alguns jornalistas da Comunicação Social, quando fazem transparecer uma enorme obsessão para atingir e denegrir a imagem dos outros, com especial incidência da dos governantes, muitas vezes recorrendo a práticas deontológicamente condenáveis, fazendo por vezes crer na existência de propósitos inconfessáveis na sua actuação.
Vejamos alguns exemplos de casos mediáticos ocorridos nos ulimos dias com governantes e que têm ocupado as grandes manchetes da C.S.
O engenheiro Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, tem sido o alvo mais recente de alguns jornalistas. Veja-se o caso da pseudo piada do ministro sobre a licenciatura de Sócrates!
Alguém neste país com dois dedos de testa, acredita sinceramente que o homem, jocosamente, pretendia, com a alusão ao facto de ele ser inscrito na Ordem dos Engenheiros, atingir a imagem do Chefe do Governo, depois de tudo o que este passou com o processo cabalesco da sua licenciatura? É evidente que não!
No entanto este episódio foi relatado, empolado, especulado, anedotizado, até à exaustão, pelos Orgãos da Comunicação Social. É claro que o que se pretendia, e isso foi conseguido com mestria, era prolongar e não deixar cair no esquecimento o caso da licenciatura de José Sócrates. Todos os meios servem para atingir os fins, mesmo que para o efeito se procure fazer dos outros parvos!
O mesmo se está a passar com o caso do professor Xarrua alegadamente suspenso por insultar o 1º Ministro e a senhora sua mãe.
O que está de facto a ser empolado e especulado é a narração dos acontecimentos segundo a versão do visado e que é a de ele ter sido alvo de uma suspensão da DREN pelo simples facto de ter contado uma anedota sobre a licenciatura do 1ºMinistro.
Isto é, matam-se dois coelhos de uma cajadada; Por um lado mantem-se viva a polémica da licenciatura de Sócrates, por outro lado acusa-se o Governo de prepotência e de recorrer a métodos pidescos de acusação de pessoas! Novamente a imaginação fértil, eficaz e maquiavélica para denegrir e desgastar o executivo.
A possibilidade, diga-se muito forte (porque segundo consta existem três testemunhas credíveis arroladas no proceso disciplinar levantado que confirmam), de o ex-deputado do PSD e funcionário superior de uma Direcção Regional ter chamado f. da p. ao 1ºMinistro, bem essa hipótese foi imediatamente excluída da análise dos média, porque o que está a dar é ""!bater no Governo e as ordens são para manter bem vivo o caso da licenciatura de José Sócrates! O código deontológico que se lixe!
E quando surgir o resultado do processo disciplinar, bem das duas uma, ou isso não terá importância jornalística e não lhe será dada qualquer relevãncia, porque o objetivo já foi conseguido, ou então a argumentação assentará no facto de o professor Xarrua não ter possibilidade de se defender no processo disciplinar interno porque estava sózinho quando proferiu a atoarda. Talvez tenha sido por esse motivo que a Directora da DREN, em boa hora, teria participado a ocorrência ao Ministério Público.
Vejamos um outro caso que pela sua gravidade nos faz pensar na célebre frase do prestigiado psiquiatra Daniel Sampaio dedicada aos pais e mães deste país, mas neste contexto eu aplicála-ia a alguns senhores jornalistas " Inventem-se Novos Jornalístas ".
Trata-se da proliferação de insultos que alguns dirigentes do PSD têm dirigido nos ultimos tempos a membros do Governo, a começar no seu líder e a acabar em Alberto João!
Quais os Orgãos de Comunicação Social que tiveram a coragem e a seriedade de até ao momento, relevar ou condenar as atitudes inadmissíveis do Líder do Grupo Parlamentar do PSD, e do primeiro responsável daquele partido, Marques Mendes, por terem insultado directamente um Ministro, apelidando-o de maluquinho?
Observando com frieza todos estes lamentáveis episódios, que se podem aliás desdobrar em muitos mais, nos ultimos tempos, eu penso que esta Comunicação Social, e não querendo pensar o pior, enferma de um mal de falta de maturidade e de falta de credibilidade que nos preocupa muito seriamente. Quem sabe se aqueles meus amigos de outrora, os denominados maldicentes não teriam, em algum momento das suas vidas, virado jornalistas!

domingo, 6 de maio de 2007

Esperteza Saloia

Uma boa parte da culpa pela crise que se vive hoje na principal autarquia do País deve-se a alguns orgãos de comunicação social que, durante a ultima campanha eleitoral autárquica conseguiram passar a imagem de um Eng. Carmona inscrito na Ordem dos Engenheiros, ganhador, competente, honesto, trabalhador, em detrimento de um pobre candidato do PS, Manuel Maria Carrilho, que seria arrogante, vaidoso, incompetente, casado com uma barbie, fútil,dondoca, etc....Os programas eleitorais de cada um dos candidatos, bem esses não interessaram nada!
Certamente que a maior parte desses orgãos, que por qualquer razão que faz parte do segredo dos Deuses, adoptou essa estratégia certeira, pertencem àquela categoria dos média que se recusam a assumir publicamente qualquer linha ideológica editorial, mas não deixam de em ocasiões como aquelas, de tomar partido e influenciarem os eleitores na direcção que, não se sabe onde nem quando, alguém, superiormente, sem qualquer legitimidade, determina.
Nesta fase de pré-anuncio dos candidatos dos Partidos à Presidência da Camara da cidade de Lisboa, alguns orgãos de C.S. já estarão ensaiando os "Motores de Busca" para vasculharem a vida pública e privada dos possíveis candidatos para, na hora certa, encetarem então a sua campanha de (des)informação e confusão da opinião pública, como aconteceu na ultima campanha autárquica para a cidade de Lisboa.
Por parte do PSD, a estratégia vai ser muito simples e eficaz! Eleições apenas para a Presidência da Câmara, a Assembleia Municipal tem plena legitimidade para continuar em funções. Na campanha eleitoral torna-se imperioso fazer passar a mensagem de ingovernabilidade da autarquia caso não ganhe o candidato do PSD. Só assim, votando no seu candidato, se conseguirá perfeita sintonia e harmonia da Presidência da Camara com a maioria PSD instalada na Assembleia Municipal!
Alguma Comunicação Social, naturalmente aquela que fica muito indignada com o facto de os Orgãos de C.S. puderem assumir uma linha ideológica editorial, encarregar-se-á de dar uma mãozinha, um empurrãozito.. para a concretização daqueles desígnios!
Quanto aos eleitores, infelizmente uma grande parte deles, irão continuar a embarcar nestas manobras de carácter duvidoso! Pelo menos até ao momento (no médio longo prazo) em que ocorrer um efectivo salto qualitativo na formação, no conhecimento e educação cívica dos portugueses.

sábado, 28 de abril de 2007

Gato Escondido com Rabo de Fora

É notória a incomodidade do jornal de maior divulgação nacional, o Expresso, com a nomeação do Eng. Pina Moura, por parte do Grupo Espanhol Prisa para o cargo de Director não Executivo da Média Capital, empresa proprietária da TVI.
O "Primeiro Caderno" e "O Editorial e Opinião" da ultima edição deste jornal são bem reveladores desse inconformismo que denota acima de tudo uma grande preocupação pelo receio de perda de poder na sociedade portuguesa.
A controvérsia mais inflamada reside no facto de o deputado do PS ter afirmado em entrevista à RTP que toda a comunicação social tem motivações políticas e que seria louvável que, em Portugal, à semelhança do que acontece com os principais orgãos de comunicação social estrangeiros, assumisse uma linha de orientação ideológica editorial!
Afirma o Director daquele semanário na sua ultima edição que o primeiro critério de muita comunicação social ( nomeadamente a presidida pelo militante numero um do PSD) não é político nem sequer ideológico e que os seus jornalistas são acima de tudo livres!
Logo por coincidência, ou talvez não, aquele jornal no seu editorial, intitulado "O 25 de Abril e o Estado", considerou o discurso do deputado do PSD o acontecimento político das comemorações do 25 de Abril no Parlamento, relacionando a sua afirmação de existencia de uma claustrofobia na vida política portuguesa com a tão discutida (no seio da Impresa) intromissão excessiva do Governo na Comunicação Social! Conclui o editorial que os sinais são inquietantes porque temos uma Entidade Reguladora demasiado partidarizada e temos diversas leis demasiado cerceadoras.
Ora neste país, quem poderá considerar como o acontecimento político das comemorações do 25 de Abril o discurso enraivecido e ressabiado do PSD, a não ser todos aqueles que tenham de facto uma identificação e uma aproximação ideológica àquele partido?
Em segundo lugar, quem poderá levar a sério a afirmação do Expresso de intromissão excessiva do Governo na comunicação social, quando nos ultimos tempos se conseguiu lançar nalguma comunicação social, inclusivé naquele jornal, uma verdadeira intentona contra o carácter do Primeiro Ministro não fundamentada em factos concretos, provados, mas sim em insinuações, especulações e aproveitamentos oportunísticos de falhas do sistema de ensino nas Universidades Privadas em geral e da Universidade Independente em particular?
Como poderia o pobre coitado do líder do PSD, Marques Mendes, afrontar directamente o Eng.Sócrates no debate mensal no Parlamento, como pretendiam alguns, sobre a sua eventual falta de carácter no processo da licenciatura, apenas baseado em insinuações, coincidências e forçadas evidências? No Parlamento, meus amigos, olhos nos olhos, só se acusa com factos!
É bem diferente o modo de actuação de alguns jornalistas, principalmente de alguns daqueles que se dizem livres e cerceados na sua acção e que pertencem a orgãos de comunicação social que se recusam a admitir oficialmente uma linha ideológica editorial.
Neste caso do Semanário Expresso podemos dizer que a linha ideológica editorial está bem patente na orientação jornalística das suas ultimas edições! Mas uma vez que ela não é assumida,, como dizem os portugueses, tratar-se-á de uma linha editorial simbolizada por um "Gato Escondido com o Rabo de Fora"!.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

A imprensa de referência

Vital Moreira, na sua página da Internet desta semana, afirma que a pior coisa que pode suceder à imprensa de referência é perder a confiança dos seus leitores quanto à isenção política. Isto a propósito da campanha de manipulação política envolvendo o curso de José Sócrates, que teve particular destaque nos jornais Público e Expresso.
Relativamente ao semanário Expresso é notório, principalmente nas suas ultimas edições, que a oposição ao Governo domina a actualidade daquele semanário. Os Artigos de Opinião, as Notas da Direcção, os Destaques Expresso, as cartas dos leitores, os Editoriais... todos eles têm convergido no mesmo sentido!
O insuspeito jornal inglês Finantial Times, publicou no dia 10 de Abril um artigo bastante elogioso acerca da actuação do Governo de José Sócrates na área económica, salientando os resultados positivos dos valores do défice orçamental e perspectivando para o nosso país um crescimento económico que nos irá fazer sair da crise em que estamos mergulhados desde 2002.Conclui aquele prestigiado jornal, que Durão Barroso quando visitar Portugal no próximo mês de Julho, quando da cerimónia da entrega da Presidência da União Europeia, irá encontrar um país melhor, mais confiante e mais promissor que o país que ele abandonou sob o espectro de uma recessão!
Entretanto o Jornal Expresso, um jornal de referência na Comunicação Social Portuguesa que actuação tem perante um cenário tão optimista apresentado por um jornal de referência mundial? Os factos que passo a referir são bem elucidativos.
O Governo anunciou no Parlamento, durante o debate mensal ocorrido na penúltima semana de Março que o valor do défice orçamental de 2006 se cifrou nos 3.9%, um resultado que se situou aquem da meta estabelecida pelo Governo no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Seguiu-se o tradicional debate com os partidos da oposição, nomeadamente com o PSD, que não apresentou quaiquer argumentos que beliscassem minimamente o discurso do Primeiro Ministro.
Na edição de 24 de Março, o Expresso, não publicando uma única linha sobre o debate mensal, edita um artigo de Manuela Ferreira Leite ( Ponto sem nó), no qual, esta deputada do PSD apresenta seis questões pertinentes sobre o valor do défice apresentado pelo Governo que sugerem que a bondade desse resultado se poderá dever fundamentalmente a uma eficácia da receita em detrimento do controlo da despesa. Acrescenta MFL nesse artigo que gostaria de ver respondidas as seis questões colocadas, uma vez que nestas matérias não acreditava em milagres!
Entretanto o Expresso na sua edição de 31 de Março, que constitui um autêntico libelo acusatório contra o Governo, na sua página intitulada "Destaque Expresso", em nota da Direcção, insurge-se tempestuosamente contra o alegado privilégio e arrogãncia do Governo de não responder expressamente às questões colocadas por aquele jornal, nomeadamente as que, curiosamente, tinham sido colocadas por MFL no artigo acima citado.
Quer dizer, as dúvidas de MFL sobre o défice, que enquanto deputada do PSD deveriam ter sido transmitidas ao seu líder, Marques Mendes, para serem colocadas legitimamente a José Socrates no Parlamento, foram questionadas directamente ao Governo pelo semanário Expresso com a exigência de uma resposta urgente. Será isto jornalismo? Não haverá em tudo isto uma inversão sobre o que deverá ser o papel da Comunicação Social?
O certo é que o Ministro das Finanças, acossado por toda a turbulência orquestrada que vem fustigando o Governo nos ultimos tempos, acabou por responder às questões de MFL na edição do Expresso publicado no dia 6 de Abril. De facto não havia razões para tanto alarido, uma vez que o Ministro confirmou aquilo que tinha sido uma constante do discurso de José Sócrates no Parlamento durante o debate mensal,isto é, que o problema do défice mascarado era obra do passado e que o controle da despesa tinha tido um peso importante na redução do défice.
O Banco de Portugal viria a confirmar esta semana que os impostos e a redução da despesa contribuiram em cerca de 50% cada para redução do défice orçamental de 2006 apresentado pelo Governo.
Relativamente às duvidas que foram levantadas a semana passada acerca da aposta de MFL,enquanto Ministra das Finanças, na recolha de receitas extraordinárias, nomeadamente através da operação de venda de créditos fiscais, com o objectivo de reduzir o défice público, não nos apercebemos de qualquer tratamento jornalistico por parte do Expresso. Será que este jornal aguarda a eventual tomada de posição por parte da Comissão Europeia no sentido de não considerar a venda de créditos fiscais para efeitos de redução do défice, para então abordar o assunto?
O certo é que esta postura do semanário Expresso, retratada neste texto apenas com um exemplo, nos suscita muitas dúvidas acerca da sua isenção e da justeza dos seus critérios jornalísticos!

A Comissão Independente

Após as explicações de José Sócrates sobre o caso da sua licenciatura na Universidade Independente, o sr. licenciado Marques Mendes, para além de ter tecido comentários inqualificáveis sobre o carácter do Primeiro Ministro, propôs a criação de uma comissão independente para averiguar o caso das alegadas irregularidades da licenciatura de José Sócrates. É sem dúvida uma tomada de decisão à altura deste responsável político que peca, sobretudo, pelo facto de não ser abrangente e alargada à investigação dos currículos académicos de todos os dirigentes partidários. Assim ficaria tudo muito mais claro!
Na sequência daquela proposta, sugere-se que a referida comissão venha a integrar na sua composição as seguintes entidades, todas elas insuspeitas de nutrirem qualquer simpatia pelo Partido Socialista:
- Adelino Salvado, Chefe da PJ ao tempo do Governo de Durão Barroso. Especialista na área de investigação criminal.
- Eng. Pedro Lynce, Ministro da Ciência do Governo de Durão Barroso, profundo conhecedor do funcionamento das Universidades Portuguesas.
- Embaixador Martins da Cruz, colega de Marques Mendes naquele Governo. Um diplomata faz sempre jeito numa comissão com o carácter melindroso desta.
- José Manuel Fernandes, Director do jornal Público. Reconhecido como o jornalista mais estudioso e documentado sobre a licenciatura de Sócrates.
- Sr. licenciado José Pacheco Pereira, conhecido analista do PSD, que se diz incapaz de cometer um assassinato de carácter seja de quem fôr ( à excepção do de Santana Lopes e do de Paulo Portas).

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Uma Espécie de Cabala

Uma das questões que será objecto de tratamento por parte da Entidade Reguladora para a Comunicação Social ( de acordo com o entendimento da sua nova Comissão), será a monitorização dos conteúdos de informação. Convenhamos que se diga que esta fiscalização se reveste de particular importância para uma maior transparência da vida pública e para o reforço da nossa democracia.
Ainda há bem pouco tempo a deputada do Parlamento Europeu, Ana Gomes, em entrevista ao jornal Expresso, nos lembrou o processo maquiavélico movido por entidades da direita contra dirigentes do PS no processo Casa Pia, que contou com a total complacência e imobilismo do então P.M. Durão Barroso. Seria curioso agora analisar, à distância desses acontecimentos, qual o contributo efectivo de alguns Orgãos de C.S. tiveram na elaboração e desenvolvimento dessa cabala que teve o condão de arruinar pura e simplesmente a carreira política dessas pessoas.
A actual campanha difamatória contra Sócrates, que tem tido particular destaque nos jornais Público e Expresso, levantando suspeitas acerca da legitimidade da sua licenciatura, assume igualmente alguns contornos de elaborada urdidura ( uma espécie de cabala), com o objectivo claro de atingir o Governo.
De facto, quando os mentores da cabala da Casa Pia contra membros do PS se saíram tão bem, porque não encetar agora uma nova ofensiva do mesmo teor (sórdida), no sentido de descredibilizar J.S., numa altura em que a argumentação política de combate ao Governo no Parlamento está a falhar em toda a linha e principalmente, quando alguns Orgãos de C.S. não conseguem disfarçar o seu nervosismo gerado pela proximidade da aprovação, por parte do Governo, da nova Lei de Imprensa e do Estatuto do Jornalista.