quinta-feira, 24 de maio de 2007

Inventem-se novos jornalistas!

Todos nos lembramos de episódios passados na nossa adolescência com os colegas do Liceu quando no dia a dia escolar nos encontravamos para brincar nos recreios ou fora da escola. Na minha memória relembro com alguma nitidez alguns adolescentes meus amigos que tinham o péssimo hábito de, na nossa convivência diária, adoptar uma atitude permanente de crítica e maledicência dos outros. Tínhamos a percepção que esses colegas sentíam uma grande necessidade de denegrir a imagem e a inteligência dos outros a fim de puderem esconder as suas próprias deficiências e inferioridades. Era notória a sua alegria e felicidade quando denunciavam qualquer escorregadela ou lapso cometidos pelos outros! A sua obsessão era detectar e explorar qualquer deslize ou hesitação dos parceiros mesmo quando era visível por todos que não tinham qualquer relevância. Muitas vezes, mesmo não havendo a ocorrência de qualquer lapso nas nossas reacções, estas eram empoladas, adulteradas e por vezes até inventadas, tal não era a fome devoradora para afectar a imagem dos outros.
Recentemente dei por mim a pensar que episódios semelhantes aos acima relatados, caraterísticos duma adolescência com dificuldades em crescer e em atingir a maturidade, são em todo semelhantes ao que se passa hoje em dia com alguns jornalistas da Comunicação Social, quando fazem transparecer uma enorme obsessão para atingir e denegrir a imagem dos outros, com especial incidência da dos governantes, muitas vezes recorrendo a práticas deontológicamente condenáveis, fazendo por vezes crer na existência de propósitos inconfessáveis na sua actuação.
Vejamos alguns exemplos de casos mediáticos ocorridos nos ulimos dias com governantes e que têm ocupado as grandes manchetes da C.S.
O engenheiro Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, tem sido o alvo mais recente de alguns jornalistas. Veja-se o caso da pseudo piada do ministro sobre a licenciatura de Sócrates!
Alguém neste país com dois dedos de testa, acredita sinceramente que o homem, jocosamente, pretendia, com a alusão ao facto de ele ser inscrito na Ordem dos Engenheiros, atingir a imagem do Chefe do Governo, depois de tudo o que este passou com o processo cabalesco da sua licenciatura? É evidente que não!
No entanto este episódio foi relatado, empolado, especulado, anedotizado, até à exaustão, pelos Orgãos da Comunicação Social. É claro que o que se pretendia, e isso foi conseguido com mestria, era prolongar e não deixar cair no esquecimento o caso da licenciatura de José Sócrates. Todos os meios servem para atingir os fins, mesmo que para o efeito se procure fazer dos outros parvos!
O mesmo se está a passar com o caso do professor Xarrua alegadamente suspenso por insultar o 1º Ministro e a senhora sua mãe.
O que está de facto a ser empolado e especulado é a narração dos acontecimentos segundo a versão do visado e que é a de ele ter sido alvo de uma suspensão da DREN pelo simples facto de ter contado uma anedota sobre a licenciatura do 1ºMinistro.
Isto é, matam-se dois coelhos de uma cajadada; Por um lado mantem-se viva a polémica da licenciatura de Sócrates, por outro lado acusa-se o Governo de prepotência e de recorrer a métodos pidescos de acusação de pessoas! Novamente a imaginação fértil, eficaz e maquiavélica para denegrir e desgastar o executivo.
A possibilidade, diga-se muito forte (porque segundo consta existem três testemunhas credíveis arroladas no proceso disciplinar levantado que confirmam), de o ex-deputado do PSD e funcionário superior de uma Direcção Regional ter chamado f. da p. ao 1ºMinistro, bem essa hipótese foi imediatamente excluída da análise dos média, porque o que está a dar é ""!bater no Governo e as ordens são para manter bem vivo o caso da licenciatura de José Sócrates! O código deontológico que se lixe!
E quando surgir o resultado do processo disciplinar, bem das duas uma, ou isso não terá importância jornalística e não lhe será dada qualquer relevãncia, porque o objetivo já foi conseguido, ou então a argumentação assentará no facto de o professor Xarrua não ter possibilidade de se defender no processo disciplinar interno porque estava sózinho quando proferiu a atoarda. Talvez tenha sido por esse motivo que a Directora da DREN, em boa hora, teria participado a ocorrência ao Ministério Público.
Vejamos um outro caso que pela sua gravidade nos faz pensar na célebre frase do prestigiado psiquiatra Daniel Sampaio dedicada aos pais e mães deste país, mas neste contexto eu aplicála-ia a alguns senhores jornalistas " Inventem-se Novos Jornalístas ".
Trata-se da proliferação de insultos que alguns dirigentes do PSD têm dirigido nos ultimos tempos a membros do Governo, a começar no seu líder e a acabar em Alberto João!
Quais os Orgãos de Comunicação Social que tiveram a coragem e a seriedade de até ao momento, relevar ou condenar as atitudes inadmissíveis do Líder do Grupo Parlamentar do PSD, e do primeiro responsável daquele partido, Marques Mendes, por terem insultado directamente um Ministro, apelidando-o de maluquinho?
Observando com frieza todos estes lamentáveis episódios, que se podem aliás desdobrar em muitos mais, nos ultimos tempos, eu penso que esta Comunicação Social, e não querendo pensar o pior, enferma de um mal de falta de maturidade e de falta de credibilidade que nos preocupa muito seriamente. Quem sabe se aqueles meus amigos de outrora, os denominados maldicentes não teriam, em algum momento das suas vidas, virado jornalistas!

domingo, 6 de maio de 2007

Esperteza Saloia

Uma boa parte da culpa pela crise que se vive hoje na principal autarquia do País deve-se a alguns orgãos de comunicação social que, durante a ultima campanha eleitoral autárquica conseguiram passar a imagem de um Eng. Carmona inscrito na Ordem dos Engenheiros, ganhador, competente, honesto, trabalhador, em detrimento de um pobre candidato do PS, Manuel Maria Carrilho, que seria arrogante, vaidoso, incompetente, casado com uma barbie, fútil,dondoca, etc....Os programas eleitorais de cada um dos candidatos, bem esses não interessaram nada!
Certamente que a maior parte desses orgãos, que por qualquer razão que faz parte do segredo dos Deuses, adoptou essa estratégia certeira, pertencem àquela categoria dos média que se recusam a assumir publicamente qualquer linha ideológica editorial, mas não deixam de em ocasiões como aquelas, de tomar partido e influenciarem os eleitores na direcção que, não se sabe onde nem quando, alguém, superiormente, sem qualquer legitimidade, determina.
Nesta fase de pré-anuncio dos candidatos dos Partidos à Presidência da Camara da cidade de Lisboa, alguns orgãos de C.S. já estarão ensaiando os "Motores de Busca" para vasculharem a vida pública e privada dos possíveis candidatos para, na hora certa, encetarem então a sua campanha de (des)informação e confusão da opinião pública, como aconteceu na ultima campanha autárquica para a cidade de Lisboa.
Por parte do PSD, a estratégia vai ser muito simples e eficaz! Eleições apenas para a Presidência da Câmara, a Assembleia Municipal tem plena legitimidade para continuar em funções. Na campanha eleitoral torna-se imperioso fazer passar a mensagem de ingovernabilidade da autarquia caso não ganhe o candidato do PSD. Só assim, votando no seu candidato, se conseguirá perfeita sintonia e harmonia da Presidência da Camara com a maioria PSD instalada na Assembleia Municipal!
Alguma Comunicação Social, naturalmente aquela que fica muito indignada com o facto de os Orgãos de C.S. puderem assumir uma linha ideológica editorial, encarregar-se-á de dar uma mãozinha, um empurrãozito.. para a concretização daqueles desígnios!
Quanto aos eleitores, infelizmente uma grande parte deles, irão continuar a embarcar nestas manobras de carácter duvidoso! Pelo menos até ao momento (no médio longo prazo) em que ocorrer um efectivo salto qualitativo na formação, no conhecimento e educação cívica dos portugueses.