terça-feira, 27 de novembro de 2007

A Kalinada de Patinha, a Psicose de Santana e o Populismo de Menezes

O debate no Parlamento sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2008 que terminou no dia 23 deste mês, decorreu de uma forma tranquila, sem sobressaltos e favorável ao Governo de José Sócrates, pese embora os partidos da oposição tenham feito tudo para o desacreditar e denegrir. Como disse o Ministro das Finanças no seu discurso de encerramento do debate parlamentar, "Contra factos não há argumentos"! Acima de tudo, pese embora as dificuldades que o País atravessa, os resultados da governação até ao momento, estão acima das previsões iniciais do Governo.
As oposições, não se dignando apresentar um rumo alternativo credível nem sequer demonstrando que as opções estratégicas adoptadas pelo Governo estão erradas, limitaram-se a apresentar um mar de lamentações de cariz social e de natureza fiscal que como todos sabemos encontram explicação nas limitações e deficiências de ordem estrutural da nossa economia.
Em suma o que os partidos da oposição fizeram no debate foi criticar forte e feio as medidas de contenção adoptadas pelo Governo, nomeadamente restricções no âmbito da Segurança Social, aumento dos impostos, etc.. e por outro lado propôr medidas e alterações ao Orçamento apresentado que iam, umas, no sentido de aumentar a despesa, outras na redução das receitas, passando por cima do problema do Défice como cão por vinha vindimada! Como se este não fosse de momento o maior problema do País, em luta por uma maior transparência da vida pública e uma maior credibilização face à actuação dos Agentes do Desenvolvimento, nacionais e e estrangeiros.
Mas O Partido Social Democrata, com a nova liderança de Filipe Menezes e Santana Lopes, tentou ir mais longe! Novamente numa lógica de tentativa de acerto de contas com o passado e de obsessão pelo seu branqueamento, aquele partido, pela boca do seu novo "expert" para os assuntos económicos, o deputado Patinha Antão, tentou passar a ideia de que o défice seria bem superior aos 3% anunciados pelo Governo caso, à revelia do Eurostat, fossem retiradas determinadas verbas nas receitas e, por outro lado, fossem contabilizadas ou cativadas no valor da despesa determinadas rubricas, como por exemplo a denominada dotação provisional, que por sinal, todos aqueles que leram a Proposta de Orçamento do Governo sabem que essa dotação foi efectivamente contabilizada na despesa.
O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos classificou esta argumentação de Patinha como Kalinada uma vez que traduz um erro grave na apreciação técnica do Orçamento do Estado. Eu por mim julgo que não se trata de um erro, porque os deputados da área económica dominam como ninguem os aspectos técnicos de um Orçamento de Estado, mas sim uma tentativa de mistificação e de confusão dos portugueses.
Um camarada meu da Armada, infelizmente já desaparecido do mundo dos vivos, dizia-me em tempos idos que tinha completado o curso superior de economia unicamente por uma razão, "ler e interpretar correctamente as notícias e os artigos dos média relacionados com matérias de natureza política e económica".
Menezes, Santana e Patinha sabem muito bem que 99% dos portugueses não são formados em economia e que muitos destes, enredados nos seus problemas e dificuldades do dia a dia, são potenciais receptores ao que diz um senhor bem vestido do alto de uma tribuna do Parlamento, com uma atitude muito enérgica e muito carrancuda..... mesmo que estejam implícitas no discurso muitas meias verdades, muitas mentiras e muitas Kalinadas.
A estratégia adoptada por este triunvirato do PSD para a discussão do Orçamento, na impossibilidade de apresentarem um rumo alternativo credível, assenta toda ela na tentativa de mistificar e confundir os Portugueses que, na sua grande maioria, não têm qualquer preparação a nível económico e financeiro. A palavra de ordem dada por Menezes foi... denegrir até à exaustão as medidas tomadas e as reformas efectuadas classificando-as como atentados ao bem-estar dos portugueses, apontar a falha nos resultados do Governo no que respeita à redução da despesa não esclarecendo minimamente como o conseguiria caso fosse Governo, proclamar com um ar muito sério que houve "muscambilha" por parte do Governo na aferição do cálculo do Défice e pasme-se...à luz dos resultados positivos já conseguidos por este Governo, acenar aos portugueses com propostas de benesses que, caso fossem aceites, iriam comprometer de uma vez por todas a luta que se vem travando contra o défice excessivo.
E o compromisso com Bruxelas para reduzir o défice para um valor sustentável inferior aos 3% ? Bem isso agora não interessa nada! ....O que importa é conseguir o poder a qualquer custo.
O Populismo e a Demagogia imperam! É a Esperteza Saloia em todo o seu explendôr!