sábado, 23 de fevereiro de 2008

O problema de Manuela Ferreira Leite

No artigo semanal que assina no jornal Expresso, na edição desta semana, Manuela Ferreira Leite (MFL), assinala uma falha na governação de José Sócrates, que diz ser um problema do próprio 1ºMinistro, que se prende com o facto de, na sua opinião, existir um divórcio entre o que o governo anuncia e aquilo que as pessoas sentem, entre a aparência e a realidade!

É evidente que todo o conteúdo da crítica desta dirigente do PSD que exerceu o cargo de Ministra das Finanças no Governo de Durão Barroso, já conotado como o Governo onde ocorreram os maiores escândalos em todo o tempo de democracia portuguesa, assenta na interpretação exacta do sentido da frase "Aquilo que as pessoas sentem".

Então eu questiono qual a credibilidade desta responsável partidária, que certamente irá negar a pés juntos, qualquer responsabilidade nos casos polémicos do governo a que pertenceu, para aferir da percentagem de pessoas que não se revêm nas medidas que o Governo anuncia! O sentido que ela demagogicamente pretende transmitir é que será a maioria das pessoas, senão todas ( para os mais distraídos)!

É evidente que MFL sabe perfeitamente que a maioria dos portugueses continua a dar o seu aval às políticas de reformas que José Sócrates está a levar a cabo. Pelo menos as sondagens publicadas até ao momento assim o confirmam! Os portugueses não são parvos, sabem que este país é ingovernável sem maioria absoluta e que este momento constitui uma oportunidade única de arrumarmos a casa e de se efectuarem as reformas estruturais necessárias para o desenvolvimento do país! O tempo da venda dos imóveis do Estado para equilibrar as contas públicas já lá vai!

Então a que pessoas é que MFL se refere como desagradadas pela acção do Governo?

Naturalmente, em primeiro lugar, àquelas que legitimamente se manifestam ruidosamente nas ruas, convocadas (por avisos ou por telemóveis) por sindicalistas e activistas de partidos políticos da oposição, maioritariamente do partido comunista. Sindicalistas e activistas comunistas que MFL numca tolerou e nunca quiz ver nem pintados quando no exercício de funções governativas.

Em segundo lugar aos militantes de partidos e activistas políticos profissionais que através de Blog´s, emails de divulgação multipla ( com ameaças de apagamento de discos rígidos caso não procedam à sua divulgação), crónicas dos jornais e intervenções radiofónicas, procuram descredibilizar os governantes e tentam confundir as pessoas e minar a sua confiança nas políticas reformistas do Governo.

Em terceiro lugar a alguns profissionais descontentes, prejudicados de alguma forma nos seus privilégios ou pseudo-direitos com as reformas introduzidas por este governo, que procuram sempre que podem, intervir nos média e apregoar o seu descontentamento. Incluo neste rol, profissionais liberais, magistrados do Ministério Público, Médicos e Enfermeiros de Hospitais e Centros de Saúde, Professores, Militares e Militarizados e Autarcas.
É evidente que é muito difícil por parte de algumas pessoas a aceitação de ânimo leve, de perda de regalias, principalmente quando não existe uma cultura de privilegiar o colectivo em detrimento dos interesses individuais.
Convenhamos no entanto que se diga, que a maioria do povo português compreende as medidas porque sabe que o dinheiro cobrado em impostos tem que ser gerido com maior rigôr, sem esbanjamentos, e aplicado por forma a melhor servir o interesse colectivo.

Portanto quando MFL diz que as pessoas estão divorciadas das políticas deste Governo, ela está-se a referir, embora não o admita por falta de honestidade política, a uma minoria da população portuguesa, maioritariamente conotada com partidos políticos, particularmente activa e interventiva!

No entanto, se neste momento, aqui e agora, eu afirmar que «as pessoas deste país» estão indignadas com a sucessão de escândalos de corrupção e não só, que ocorreram no seio do Governo de Durão Barroso do qual MFL fez parte......eu não estarei a faltar à verdade se dizer que o sentido da expressão "as Pessoas" quer mesmo dizer 90% da população portuguesa.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A ARTE DA FUGA PARA A FRENTE

Santana Lopes, useiro e vezeiro dos maiores malabarismos políticos para que não seja apanhado com as calças na mão, impressionou esta semana mais uma vez tudo e todos quando propôs no Parlamento ao PS que fosse constituída uma comissão de acompanhamento dos crimes de corrupção no nosso país. Para o efeito mencionou alguns dos casos mais badalados durante a semana que atingem o seu Partido e o CDS. Com a desfaçatez que o caracteriza colocou também no mesmo saco a alegada acumulação das actividades pública e privada pelo ex-deputado José Socrates.
Ora o senhor deputado Santana Lopes, mesmo contando com ajuda de alguns ( felizmente poucos) analistas, cronistas e jornalistas, nomeadamente dos jornalistas do Expresso que assinam nesta ultima edição daquele jornal um artigo intitulado «Mau estado da democracia preocupa Cavaco», não vai conseguir confundir os Portugueses acerca de todos os casos de corrupção que ultimamente têm vindo a ser badalados!
É que o caso de Sócrates, que constituíu mais uma sórdida tentativa orquestrada do Jornal Público e do clã proprietário daquele jornal de difamar a figura do Primeiro Ministro, morreu na praia porque felizmente a opinião pública já começou a perceber algumas das manobras de bastidores levadas a cabo com o intuito único de desgastar o Governo. Este caso que referem alegados actos realizados como técnico municipal, a serem verdadeiros, não levantam qualquer questão do foro legal mas apenas poderão levantar duvidas sobre questões de carácter. Mas, neste casos como nos outros anteriores, nunca foi apresentada qualquer prova. É a palavra do jornalista a soldo contra a de José Sócrates que nega.
Os outros casos que estão na ribalta mediática e que envolvem exclusivamente figuras dos Governos PSD/CDS, são casos de corrupção de extrema gravidade com uma tal dimensão que podem afastar os partidos da governação deste país nos próximos tempos. E a maioria destes casos estão em processo de investigação na Justiça.
Passemos então em revista os casos mais importantes com o intuito de aquilatar a sua gravidade:
O caso Telmo Correia. O artigo publicado no Expresso sobre o assunto com o título «Estoril- Sol só precisava do "Visto" de Telmo Correia», é bem elucidativo acerca da existência de fortes índicios criminais neste processo do Casino Lisboa.
Portanto, a confirmarem-se estas suspeitas não são apenas as figuras de Paulo Portas e Telmo Correia que estão em cheque são também os figurões do PSD que chefiavam o Governo naquela altura, nomeadamente Santana Lopes.
Quanto aos casos trazidos a público pelo Bastonário da Ordem dos Advogados, à excepção do respeitante à venda de um edíficio público em Coimbra, em que alegadamente envolve dois dirigentes locais do PS e do PSD, todos os restantes envolvem dirigentes do PSD e CDS e comprometem seriamente a actuação do Governo de Durão Barroso e Santana Lopes.
A tentativa de delapidação da cúpula do Partido Socialista quando da incriminação de Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Paulo Pedroso no caso Casa Pia é de uma gravidade extrema e configura a existência de vários ilícitos criminais que envolvem directamente o então Chefe da Polícia Judiciária, Salvado, e a Ministra da Justiça Celeste Cardona, e indirectamente os principais responsáveis pelo Governo PSD/CDS.
O caso «Portucale» que pese embora o Ministério Publico ter ilibado os ex-ministros Telmo Correia e Nobre Guedes é referenciado pelo Bastonário como um descarado acto de tráfico de influências entre o poder político e o poder económico, entre o público e o privado. Aliás o relatório final da PJ recomendava que estes governantes fossem acusados de abuso de poder.Este processo encontra-se agora na fase de instrução no Tribunal Central.
Outro caso relatado por Marinho e Pinto,e inserindo-me no mesmo tipo de denúncias que o anterior, pese embora não tivesse referido nomes, foi o de Ferreira do Amaral, ex-ministro do Governo PSD/CDS que enquanto titular do Ministério das Obras Públicas assinou contratos de concessão com a Lusoponte e que mais tarde veio a assumir o cargo de administrador daquela empresa, encontrando-se neste momento a rever com o actual Governo aquele mesmo contrato. Este caso é referido pelo bastonário como um caso de corrupção uma vez que como ministro define os termos em que vai negociar o contrato de concessão a uma empresa privada e depois esta empresa fica tão agradada com os milhões de Euros que arrecadou que resolve retribuir a benesse contratando o ex-ministro para seu administrador.
Bem todos estes casos , para já não falar do que aconteceu com a governação PSD da Camara de Lisboa cujo alegado caso de corrupção, envolvendo os seus principais responsáveis, irá ser julgado nos tribunais, são bem elucidativos do lamaçal que envolve as hostes do PSD, daí a preocupação de Santana Lopes sentir necessidade de adoptar uma estratégia de ataque no Parlamento ao propôr medidas para acompanhar o processo da corrupção em curso, que mais configura um sintoma de pânico de « Fuga para a Frente» do que propriamente um acto de coragem política.
Agora perfeita, perfeita, perfeita...... foi a táctica seguida pela alma gémea de Santana Lopes e braço direito de Filipe Menezes, Rui Gomes da Silva , de rumar em direcção à Ordem dos Advogados, e ir ao beija-mão do novo Bastonário, naturalmente com a intenção de sinalizar uma colagem do PSD às denuncias de Marinho Pinto!
É muita cara de pau! Atenção Progamas Contra-Informação, Gatos-Fedorentos, Malucos do Riso e Herman-José....não percam esta!