quarta-feira, 17 de outubro de 2007

PORMENORES TÉCNICOS DAS MANIFESTAÇÕES

A grande polémica da semana foi, sem qualquer dúvida, a visita dos dois agentes da PSP à delegação do sindicato dos professores na Covilhã, antes da manifestação programada para o dia seguinte, por ocasião da visita oficial de Sócrates a uma escola.
Parangonas em toda a Comunicação Social, aberturas de telejornais, chamada urgente do Ministro da A.I. ao Parlamento, Partidos da Oposição em uníssono a manifestar a sua indignação perante o acontecimento, conferência de imprensa de um sindicalista a clamar pela liberdade de expressão, exclamando, em extase, que esta estaria seriamente ameaçada, etc...
Pela explicação do ministro no Parlamento parece que tudo se passou de uma forma natural, uma vez que havia uma lacuna de informação da autoridade local no que respeita a pormenores da realização da manifestação que tinham absoluta necessidade de saber para o cumprimento da sua missão. Ao que parece em todas as manifestações realizadas anteriormente, esta troca de informações entre as autoridades e os sindicatos é realizada previamente por telefonema o que, por ingenuidade do comandante da PSP local, não teria acontecido desta vez.
Questiona-se se todo este alarido à volta deste caso, toda esta agitação e mobilização teria de facto razão de existir, pelo facto de estar em causa a liberdade de expressão ou, se tudo isto, não passou de mais uma encenação do Partido Comunista (com os restantes partidos da oposição a reboque!) no sentido de confundir a opinião pública, desgastar o governo e acima de tudo desviar a atenção das pessoas dos dados económicos positivos que o Governo apresentou esta semana?
Que se saiba os unicos momentos em que a liberdade total ( não só a de expressão) esteve realmente em perigo (e por muitas vezes!) depois do 25 de Abril, aconteceram no período do PREC, nomeadamente numa célebre manifestação de operários da construção civil convocada pelo sindicato do sector, ocorrida no dia 11 de Novembro de 1975 e que culminou com a sequestração dos Deputados do Parlamento. Neste episódio todos nos lembramos de ver os deputados do PC, com o camarada Jerónimo na primeira linha, a aplaudirem efusivamente aquela famigerada operação de intimidação dos legítimos representantes da Nação de então. Desconhece-se se, nessa altura, teria havido alguma troca prévia de informações entre o Sindicato e a Autoridade Policial no sentido de assegurar a manutenção da ordem pública, e ao fim ao cabo, acertar todos os pormenores ténicos da dita manifestação. É porque, se de facto ocorreu essa interpelação da polícia, podemos também dizer que ela fez perigar na altura a liberdade de expressão! Pelos vistos, pela reacção hilariante dos deputados do PCP esse problema não suscitou, à época, qualquer preocupação relevante!
Meus senhores, por favor, não confundamos as coisas e tenhamos uma real percepção da sua dimensão e importância!
Nos restantes países europeus desenvolvidos, este tipo de discussões não se coloca porque os potenciais promotores de tais campanhas, têm perfeita consciência que as pessoas em geral, sabem perfeitamente separar as águas e apenas se interessam pelos reais problemas que os afligem.
No nosso país, as pessoas, felizmente, também já se podem incluir naquele lote de europeus mais esclarecidos. Pelos vistos, os donos da " CASSETE" é que ainda não perceberam isto!

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