segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PSD, amostra aterradora da política casuística

O PSD orquestrou toda uma campanha eleitoral baseada na denominada política de verdade e no papão da alegada asfixia democrática. Compreende-se que na falta de um programa de governo competente e credível e da apresentação de ideias que concedessem aos portugueses algumas razões para acreditarem que a sua vida poderia melhorar, o PSD tenha enveredado por uma estratégia de procurar denegrir e desgastar a imagem de Sócrates e do Governo PS, recorrendo para o efeito ao lançamento de campanhas, slogans e frases feitas. Acontece que os termos Verdade e Asfixia Democratica serão aqueles, porventura, os menos eficazes e menos transparentes, isto porque, o passado, a postura e a actuação do PSD compromete toda a credibilidade dessa mensagem.
Analizando todo o período da governação PSD pós Durão Barroso e posteriormente a actuação daquele partido como oposição ao Governo de Sócrates,constatamos que eles não foram nada abonatórios para a afirmação e credibilização daquele partido.
Recordemos apenas os casos que resultaram nas demissões dos ministros Pedro Lynce, Martins da Cruz, Isaltino de Morais, durante o Governo de Durão Barroso e toda a situação política e social que envolveu Santana Lopes como sucessor de Durão e que provocou a sua exoneração para constatar que a sua gravidade e importância aconselhava a inviabilização de qualquer estratégia que passasse pela descredibilização do adversário, neste caso de José Sócrates, a não ser que houvessem motivos e factos que pudessem com verdade e seriedade sustentar e fundamentar aquela tese.
Posteriormente a opinião pública teve conhecimento dos sucessivos escândalos que envolveram dirigentes e ex-governantes do PSD e CDS, nomeadamente os casos Portucale, Casino de Lisboa, Camara de Lisboa, Camara de Oeiras, Camara do Funchal, Camara de Gondomar, Somague ,Banco Português de Negócios e Sociedade Lusa de Negócios. Em todos estes casos foram constituídos arguídos ex-governantes e altos responsáveis de Governos do PSD e CDS. Ultimamente veio a lume mais um escandalo que acabou por comprometer ainda mais a denominada campanha de verdade encetada pelo PSD. Tratou-se do caso da compra de votos de militantes do partido destinada a colocar em lugares chave da estrutura do partido determinadas figuras. Neste processo estarão envolvidas dois responsáveis do partido, António Preto e Helena Lopes da Costa, colocadas na lista de deputados por Manuela Ferreira Leite.
A tentativa de comprometer e descredibilizar José Sócrates começou bem cedo! Diriamos mesmo que começou durante a campanha para as eleições legislativas em que o PS obteve a maioria absoluta com os casos das suspeições sobre a vida pessoal de Sócrates e logo a seguir com o caso Freeport. O mentor e operacional destes casos foi, como é do conhecimento público, o próprio Santana Lopes. Recordemos que foi um deputado do PSD e assessor de Santana, quem promoveu, juntamente com um autarca do CDS, a célebre reunião com a inspectora da PJ de Setúbal, que culminou com o aparecimento de uma carta anónima que originou a abertura na Justiça do processo Freeport.
Durante o Governo de Sócrates sucederam-se os casos criados, divulgados e empolados, cujo objectivo único era minar a confiança dos portugueses relativamente a José Sócrates e preparar a sucessão do Governo PS por um Governo do PSD liderado por Manuela Ferreira Leite. Para isso o PSD contou com a acção contestatária nas ruas promovidas e preconizadas pelo PCP e BE e com o apoio de alguns meios de Comunicação Social, como o jornal Público e a TVI e de alguns jornalistas dos quais se destacaram Manuela Moura Guedes, Mário Crespo, António Ribeiro Ferreira e Constança Cunha e Sá.
Durante o último ano de governação de Sócrates, no meio de uma crise económica internacional classificada como uma das maiores desde a ocorrida nos anos vinte, e após o desgaste do Governo resultante da aplicação de reformas estruturais que afectaram de alguma forma privilégios adquiridos por parte de professores, magistrados, militares e militarizados e outros, ganhou forma e consistência uma outra campanha, que teria sido concebida e planeada para dar a machadada final na credibilidade do 1º Ministro. Essa campanha conduziria, no entender dos seus mentores, à perda das eleições por parte do PS. A estratégia passaria pelo levantamento de suspeições por parte da Presidência da República que o Governo teria colocado escutas em Belém com o objectivo de espiar e controlar os movimentos do Presidente e dos seus Assessores. Este facto a ser divulgado e empolado, encaixava que nem uma luva na campanha do PSD, que insistentemente falava na política de verdade e na asfixia democrática que supostamente existiria no país. Tudo isto, que iria supostamente acontecer e rebentar na ultima semana da campanha eleitoral, iria, no entender dos estrategas da campanha do PSD, captar os votos dos indecisos e descontentes, votos esses que seriam preciosos para garantir uma maioria simples para o PSD.
Aconteceu, porém, que alguém, num rebate de consciência, teria divulgado o email interno do jornal Público que punha a nu toda a tramoia utilizada entre Assessores da Presidência afectos ao PSD e o próprio Jornal responsável pela divulgação da notícia das escutas. A partir daí, com a pressão da Comunicação Social em cima do Presidente, alguma coisa teria que acontecer. E o que aconteceu, pelo menos até ao momento, foi simplesmente o despedimento do braço direito de Cavaco ao longo de vinte anos, o Assessor Fernando Lima.
Como poucos acreditam que Cavaco estaria conivente com toda a tramoia urdida para entalar José Sócrates, o que ressalta de tudo isto é que Cavaco, a quatro dias das eleições legislativas, ao tomar a atitude que tomou, tirou o tapete debaixo dos pés a Manuela Ferreira Leite, deitou por terra toda a estratégia do PSD baseada na política de verdade e na alegada denúncia da asfixia democratica e comprometeu as aspirações do PSD em ganhar as eleições.
Depois, para além daquilo que foi a actuação deplorável e inquietante do PSD no governo e na oposição,também é relevante olhar para aquilo que foi a situação interna do partido. Clara Ferreira Alves em tempos comparou o PSD a um saco de gatos a degladiarem-se para sairem do saco e tentarem manter os outros fechados.
Aliás seria a mesma jornalista a escrever sobre este tema dizendo que "o historial da existência do PSD é uma amostra aterradora da política sem ideologia e sem história, casuística e pragmática, arregimentada ao prato do dia e ao governo do mês"
Nada mais actual que esta sábia e clarificadora caracterização do PSD!
Note-se que política casuística, não quer dizer propriamente política de "causas" mas sim, muito ao contrario disso, política de "casos".
Estes casos não se cingem única e exclusivamente àqueles casos reais que envolvem actualmente inúmeros responsáveis e ex-governantes do PSD, referidos neste texto, a contas com a justiça, mas também a todos aqueles casos artificiais, criados, planeados no seio daquele partido e empolados e divulgados para a opinião pública, com o apoio de alguns sectores da Comunicação Social, com o único objectivo de denegrir e desgastar a imagem do 1ºMinistro José Sócrates ao longo da sua governação e abrir assim caminho para Manuela Ferreira Leite substituir Sócrates na governação após as proximas Eleições Legislativas.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O que está em causa nestas eleições!

O PS governou o país nestes ultimos quatro anos com maioria absoluta. O balanço dessa governação foi, em minha opinião, bastante positivo uma vez que, apesar da crise internacional que desabou sobre nós, uma das maiores desde os anos vinte, foram implementadas reformas que, apesar de ainda não se sentirem os efeitos no presente, se revestem da maior importância para o futuro do país.
Por outro lado foi possível constatar que, enquanto não surgiu a crise, o Governo foi capaz de reduzir o défice até valores nunca antes verificados ao mesmo tempo que conseguiu alcançar até 2007 um crescimento positivo da economia de 2%, o que constratava claramente com o valor negativo do crescimento atingido durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Nesse período aureo do Governo de Sócrates,foi possível constatar o dinamismo que atingiram as empresas exportadoras, o aumento de confiança que se instalou nos investidores nacionais e internacionais e o reforço na crediblização e confiança no Governo de Sócrates que lhe permitia conseguir valores de intenções de voto nas sondagens que o catapultava para uma nova maioria absoluta.
Depois aconteceu a crise e em simultânio o avolumar do processo artificial e conspirativo da descredibilização do 1ªMinistro que passou sucessivamente pelos casos da licenciatura, dos projectos das casas, Freeport e suposta perseguição às classes profissionais dos Militares, dos Juízes, dos Professores e Jornalistas.
Quando os jornalistas entraram também nesse jogo as coisas começaram a complicar-se para o lado de Sócrates e do Governo do Partido Socialista! A luta a partir daí tornou-se desigual e passou a ser inglória para Sócrates porque era atacado por todos os lados e a Comunicação Social veículava essa contestação durante 24 horas por dia!
A mensagem do descontentamento foi muito fácil de passar para a opinião pública porque, por um lado a crise começava a repercutir os seus efeitos, aumento do desemprego e retrocesso no processo de construção de riqueza,por outro lado as classes profissionais começaram a reagir aos incómodos que as reformas nos respectivos sectores de actividade lhes causavam.
O estado de graça concedido pelos jornalistas aos partidos da esquerda radical, o PCP e o BE, tornou-se fulcral neste processo de contestação ao Governo. Estes partidos, através da sua acção nas ruas iam conseguindo a mobilização do descontentamento ao mesmo tempo que passavam incómules no teste da sua identidade e da credibilidade e realismo dos seus programas políticos. Não eram confrontados com nada, com a sua demagogia, o seu populismo, o seu revolucionarismo, nada, o que valia era bater em Sócrates. O resultado está aí estes dois partidos juntos somam 20% nas intenções de voto dos portugueses, quando na média dos países da CE este valor é de apenas 2%.
No outro lado da barricada, o PSD, envolvido em sucessivos escandalos de envolvimento de líderes em alegados processos de corrupção e de lutas fracticidas dentro do próprio partido, limitava-se a gerir o melhor possível as crises internas ao mesmo tempo que ia procurando criar, fomentar e explorar casos que envolvessem de uma forma negativa o 1ºMinistro e a restante equipe governativa com a ajuda de pivôs importantes na Comunicação Social dos quais se destacaram Manuela Moura Guedes, Mário Crespo, Constança Cunha e Sá e António Ribeiro Ferreira.
Tudo isto somado conduziu à desconfiança e incerteza nas pessoas, principalmente naquelas pessoas que se posicionam eleitoralmente ora à esquerda ora à direita e que se traduziu na perda das Eleições Europeias por parte do PS e no acréscimo de ânimo e esperança em todas as hostes anti-Sócrates.
A quinze dias das eleições legislativas o espectro que se apresenta ao país em termos de sondagens é preocupante para o país: Empate técnico entre PS e PSD, ou seja tanto um partido como o outro pode ganhar as eleições, o PCP e o BE somando 20% das intenções de voto e uma perspectiva de ingovernabilidade deveras assustadora para os interesses do país.
Segundo nos foi dado ver nos confrontos entre os líderes dos partidos, a única coligação plausível é a do PSD com o CDS que, no caso do PSD ganhar as eleições, pelos números que nos apontam as sondagens, não seria suficiente para governar com maioria absoluta. No caso de ser o PS a ganhar as eleições com maioria simples, como se espera, também já deu para perceber que irá governar sózinho. Assim, a confirmarem-se estes cenários, não sei como será possível aprovar qualquer lei importante no Parlamento na próxima legislatura, a começar pela Lei do Orçamento de Estado para o próximo ano!
No caso de a crise internacional se agravar, seguindo o crescimento económico mundial o célebre gráfico do "W", então teremos razões de sobra para ficar preocupados! Uma situação de crise económica mundial atravessada por uma crise de ingovernabilidade no nosso país, teríamos nessas circunstâncias os condimentos essenciais para a queda abrupta da confiança, o desaparecimento do investimento público e privado,o afundar da economia, o aumento catrastrófico do desemprego e a banca rota ao virar da esquina!
Os pseudo-intelectuais de esquerda e os contestatários da classe média que dizem apoiar o BE irão nessa altura ter razões de sobra para acusar o Governo e manifestar-se nas ruas contra a eventual catrastofe que se abatirá sobre as suas cabeças! Mas terão sempre a possibilidade de fugir para os países ( Que eu não conheço nenhum) onde vigora o sistema político e social preconizado pelo BE! Ou então, se assim o preferirem, poderão abrigar-se nos países cujo modelo é elogiado pelo PCP, Cuba e Coreia do Norte!

domingo, 28 de junho de 2009

ESTA NOITE SONHEI COM A AMIGA DE MST

Esta noite sonhei com a amiga estrangeira de Miguel Sousa Tavares, na sequência do artigo publicado no jornal Expresso desta semana. Nesse meu sonho dei por mim a recrear o diálogo mantido entre MST e a amiga, mas num outro contexto, imaginando que a opção política no passado não tinha contemplado o investimento público e que as auto-estradas e o Alqueva tinham ficado por fazer.

« Segunda-Feira passada, a meio da tarde, faço a Estrada Nacional em direcção ao meu Monte Alentejano situado nos arredores do Redondo, na companhia de uma amiga estrangeira; Quarta-feira de manhã refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma estrada com dois sentidos, muito sinuosa e perigosa, espaçada a intervalos com 3 faixas de rodagem para permitir duas ou três ultrapassagens. A meio da viagem, perto de Vendas Novas, percorridos cerca de 60 Km, o relógio já marcava mais de uma hora de viagem. A estrada estava difícil, o transito era muito intenso e em muitos pontos do trajecto, principalmente nos locais de aproximação aos pequenos centros urbanos, a fila de camiões portugueses e espanhois crescia substancialmente.
Vinda de um país com muitas auto-estradas, a minha amiga está espantada com o que vê.
- É sempre assim nesta estrada?
- Assim como?
- Perigosa, lenta e embichada( Queued of people em inglês)
- É é sempre assim, excepto aos Domingos em que apenas existem camiões portugueses.
- Mas se existe todo este incómodo para as pessoas e se isto tem repercussões negativas para a Economia Portuguesa e se ainda por cima havia dinheiro para gastar dos fundos europeus, porque razão não construíram uma auto-estrada que ligasse Lisboa à fronteira espanhola?
- Bem, sabes... é que existem aí uns governantes que têm uma obsessão pelo endividamento e dizem que a construção dessas vias apenas ia absorver a mão de obra de emigrantes romenos, caucasianos, brasileiros e pretos.
- Então e no interior do país, para Vilar-Formoso, para Bragança, para Castelo Branco, também não existem auto-estradas?
- Não, apenas existe a A1, com apenas duas faixas de cada lado, que liga Lisboa ao Porto. Ah também existe a IP5, que liga Aveiro a Vilar Formoso, mandada construir por Cavaco Silva, onde infelizmente morrem muitos automobilistas em acidentes!
- Então se assim é, os espanhois não vos podem abastecer de comida e outros bens porque os camiões não podem circular nas vossas estradas com segurança e rentabilidade. Além disso as vossas exportações não podem escoar com facilidade, o que agrava o vosso défice.
- Bem quanto à variedade de alimentos disponíveeis no mercado não te sei explicar muito bem porque eu como sempre em restaurantes. Quanto ao défice sei que quando governa o PSD, ele sobe e quando governa o PS ele desce.
-Então e ao menos não se modernizaram na via férrea, nomeadamente nas linhas de alta-velocidade, ficando dessa forma ligados à Europa através de uma via que permite rapidez semelhante à aviação comercial, comodidade e modernidade?
- Sabes o TGV anda a ser estudado há mais de 15 anos, foram gastas fortunas em estudos e planeamentos, mas nunca mais se avança porque o PSD nunca mais chega ao poder!
- Mas ao menos vão investir num novo aeroporto?
- Sabes não é bem assim porque existe muita gente importante que viaja muito, que vive em Lisboa ou arredores, e que não está na disposição de percorrer cerca de 50Km para ir apanhar o avião.
- Então mas o aeroporto da Portela não está a rebentar pelas costuras e além disso a poluíção sonora e ambiental não estão a degradar substancialmente a qualidade de vida dos Lisboetas?
- Bem sabes a ideia é ficar o Aeroporto da Portela apenas para as viagens das entidades governamentais, políticos, gestores e administradores, jornalistas e e outras pessoas endinheiradas que viajam nas carreiras regulares e remeter para o aeroporto militar do Montijo os voos LoW-Cost onde viajam os turistas e emigrantes de baixos recursos.
Ao fim de três horas de viagem, quando já próximos do Redondo, olho para a minha amiga e questiono-a: Estás a ver ali ao fundo aquele rio fininho que é o Guadiana? - -Era ali que estava previsto começar a albufeira que iria ter à barragem do Alqueva que não chegou a ser construída.
-Mas essa barragem não estava destinada a ser a maior barragem da Europa que iria irrigar todo o Baixo Alentejo, promover turisticamente a zona e proporcionar uma fonte inesgotável de energia eléctrica limpa e não dependente do petróleo?
- É verdade tudo isso mas o que é tu queres, o nosso país não é rico, não temos recursos e o endividamento seria afectado brutalmente!
Apesar do sol de frente,impiedoso, ( felizmente que o carro tinha ar condicionado) e do cansaço da viagem que já ultrapassava as três horas,ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a ultima pergunta: Vocês são doidos ou apenas complexados ?
- Antes eramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, após a queda do império, fomos dominados por um complexo de inferioridade e adquirimos um espírito tacanho que nos limita a acção, o espírito empreendedor e o progresso.
-Então mas assim nunca mais passam da cêpa-torta ( Não sei como se diz em inglês cêpa-torta). É como a pescadinha de rabo na boca: Como são pobrezinhos, não investem porque temem o endividamento, apesar da cobertura da União Europeia. Como não investem, não ganham riqueza, como tal..... nunca vão deixar de ser pobrezinhos!
- O que que tu queres..... é o fado! Eu por mim, como vou muitas vezes ao estrangeiro apanhar banhos de civilização, não me incomoda nada esta pasmaceira. Até sinto um certo alívio, uma certa descompressão, quando chego ao meu monte.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão atrasados como Portugal onde uma distância de 120 Km seja percorrida por carro em 3,5 horas. Talvez isto também ainda aconteça na Albânia. Mas olha-me só para esta paisagem alentejana. Espero ficar aqui pelo menos 8 dias. Só de pensar na viagem de regresso fico angustiada.
Olha Miguel, já agora pára aí o carro! Obrigada! Como se chama aquela árvore grande com muita sombra?
-É um sobreiro, também é conhecido na gíria como Chaparro!
-Desculpa lá, mas tenho que ir ali atrás daquele "Chapárooh". Sabes foram quase 4 horas de viagem, sem termos visto nenhum posto nem estação de serviço, como existem nas auto-estradas, não posso mais!

sábado, 27 de junho de 2009

Estação de Carnaxide versus "Gaiola das Loucas"

A vida política nacional, graças ao estado de crispação que se gerou, entrou num estado de frenesim tal que não se augura nada de bom no seu desfecho final!
A TVI é o que todos nós sabemos! Combate despudoradamente o Governo e mantém uma linha editorial, com especial incidência para o Jornal Nacional das Sextas-Feiras,de perseguição e ataque frontal ao 1º Ministro José Sócrates. Portanto, tudo o que acontece em matéria de informação nesta Estação Televisiva, nomeadamente deturpação de factos, lançamento de suspeições, não existência do contraditório, expressões de mímica condenatórias,atentados contra a dignidade de pessoas, tudo isto já não nos surpreende mais que aconteça.Condenados pela ERC mas isso não serviu de nada!
A Estação de Carnaxide, a SIC, encontra-se num processo de mudança acentuada, não sendo o resultado das ultimas eleições europeias indiferente a esta alteração.
Sintomático desta mudança de rumo em termos editoriais é o facto de, ao contrário do que acontecia anteriormente, os activos e frenéticos jornalistas da SIC terem tido uma atitude tão cândida e tão cúmplice na sequência da entrevista de Manuela Ferreira Leite àquela estação televisiva.Isto é, fizeram passar a mensagem para a opinião pública de que a entrevista tinha corrido muito bem, que tinha apresentado propostas muito válidas e que o endividamento, pela forma como é abordado por MFL, constitui o problema mais grave do País.
Pelo contrário as lacunas, as omissões, as deturpações, os truques,o vazio de ideias, a ausência de programa...tudo isso não foi objecto da mais ténue abordagem e análise. Um exemplo apenas respeitante ao facto de em toda a entrevista MFL se ter referido uma única vez, à maior crise económica internacinal nos ultimos oitenta anos, classificando-a como um " Qualquer abalozinho de terra". Isto quando durante a entrevista, várias vezes se ter referido à acção do PSD iluminada pela política da verdade! Ora isto, há uns meses atrás, teria sido objecto das mais variadas parangonas jornalísticas alusivas à inconsistência e incongruência do discurso da senhora.
No que diz respeito à figura de José Sócrates, A SIC, passou a adoptar uma postura que visa fundamentalmente o acentuar do seu desgaste pessoal e do destroçar do seu capital de popularidade. Veja-se o que se está a passar com o caso da alegada compra de cerca de 30% da TVI pela PT. Os vários comentadores ao serviço são unânimes em proclamar aos sete ventos que Sócrates sai muito mal desta história. Por outro lado passam ao lado da manobra ardilosa e subtil como Manuela Ferreira Leite e o seu cúmplice Cavaco Silva aproveitaram e precipitaram tudo isto.
A ideia muito simples que a Sic pretende fazer passar à opinião pública é que A PT e Sócrates combinaram nos bastidores a compra da TVI com o objectivo de correr com o Moniz! Foi esta aliás a suspeição que foi inicialmente lançada por Manuela Ferreira Leite e sustentada por Cavaco Silva quando veio publicamente exigir à PT uma maior transparência no negócio.
A pergunta óbvia no meio de tudo isto é saber, como é possível alguém acreditar,a não ser os que estão de má fé, que a PT, uma das maiores empresas nacionais, empresa prestigiada nacional e internacionalmente, dotada de quadros do mais alto gabarito, uma das maiores empresas nacionais, cotada nas bolsas de NeW York e Euronext, passe por cima do interesse dos accionistas e planeie um negócio de compra parcial da TVI, que alguns comentadores da SIC rotularam de ruínoso, apenas com o objectivo de ofereçer numa bandeja a cabeça de Moniz a Sócrates? E o mais espantoso de tudo isto é que o Presidente da Répública deste país, que pretende ser o Presidente de todos os Portugueses, alimente a suspeição de MFL, cometa uma ingerência grave na vida da empresa e faça abortar um negócio que fazia todo o sentido e que seria altamente benéfico para a PT e para o país.
Para demonstrar que tudo este caso é ardiloso e artificial, refira-se que a PT detém cerca de 40% do capital da SIC Notícias há alguns anos a esta parte, e nunca interferiu em nada quer na linha editorial da estação quer na nomeação de qualquer responsável.
Entretanto nas várias emissões da SIC e da SIC Notícias os seus vários comentadores, jornalistas e analistas convidados,após o lançamento da suspeição abusiva por parte do PR, lançaram-se num autêntico frenesim e histeria a criticar a actuação de Sócrates e da PT por um lado, e por outro lado a branquear o aproveitamento político e o conlúio de Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva.
Nas ultimas vinte e quatro horas os canais de Televisão de Pinto Balsemão não se têm cansado de, em multiplas emissões, disparar a artilharia em direcção ao Governo por causa deste caso. Mário Crespo, Ricardo Costa, Henrique Monteiro, José Gomes Ferreira, foram alguns dos jornalistas que juntamente com convidados conhecidos como profissionais da crítica ao Governo, nomeadamente, Luís Delgado, Medina Carreira, Maria José Nogueira Pinto, Cintra Torres e outros, em sucessivas aparições nas diversas emissões de informação ao longo das ultimas vinte e quatro horas, deram voz a um coro de protestos contra a alegada actuação do Governo neste caso.
A reforçar a nossa suspeição de que a TV de Balsemão mandou o seu dever de neutralidade às malvas, foi a criação de um novo programa, o Contra-Ponto, apresentado pelo insuspeito Pacheco Pereira, a denominada " Loira do PSD". Como se todas as actuais emissões não por si só um autentico "contra-ponto"!
Decididamente, a Estação de Carnaxide, entrou euforicamente em campanha eleitoral, e a histeria e o frenesim dos seus jornalistas de informação capitaneados por Ricardo Costa (agora reforçados com a Loira do PSD), com que assumem a tarefa de apear Sócrates do poder, não abona nada a favor daquela casa que muitas vezes faz mais lembrar uma " Gaiola das Loucas" do que uma Estação de Televisão.

terça-feira, 3 de março de 2009

Lei da Selva no Jornalismo Português

Durante o Congresso do PS o seu Secretário Geral Eng. José Sócrates retomou novamente o tema Freeport para reforçar a ideia da existência de uma campanha negra visando atingir a sua dignidade e honestidade. O principal alvo da sua denúncia foi desta vez a Comunicaçao Social, mais concretamente directores de jornais e directores de informação da televisão privada.O ex-Secretário de Estado para a Comunicação Social do Governo de António Guterres, Arons de Carvalho, viria mais tarde a identificar os responsáveis mais activos da denominada campanha negra como o Director do Semanário Sol e a jornalista Manuela Moura Guedes (MMG), pivot do programa de informação semanal "Jornal Nacional" da TVI.

De facto estes dois jornalistas já tinham sido referenciados no meu último artigo deste blog como os mais empenhados na campanha encetada para denegrir a imagem o 1º Ministro José Sócrates, não se importando ambos, para o efeito, de empolar, deturpar, mistificar e disvirtuar os principais factos do caso Freeport que deveriam permanecer em segredo de justiça no seio do processo judicial em curso.

Esta questão não constitui aliás qualquer novidade para a opinião pública uma vez que, quer as contínuas tiragens do semanário Sol, quer as emissões semanais do Jornal Semanal da TVI, são bem reveladoras do empenho, da falta de pudor e da agressividade que ambos os responsáveis daqueles orgãos de Comunicação Social colocam no combate ao governo de José Sócrates, como se fossem ambos mandatados para o exercício de funções políticas da oposição.

O Jornal Semanal da TVI representa quer em termos de forma quer em termos de conteúdo, tudo aquilo que um programa de informação não deve ser! A forma de apresentação de qualquer orgão de CS, ao contrário da que se reveste o citado programa, deverá obedecer a um figurino de adopção sistemática de uma postura imparcial, equilibrada e moderadora por forma a transmitir à opinião pública uma visão tão completa e verdadeira da realidade dos factos quanto possível. Para o efeito deverá auscultar a opinião de pelo menos dois "opinion makers" credíveis, adoptando posições diversas, remetendo-se o pivot para um papel isento e desapegado emocionalmente do caso relatado. Quanto ao conteúdo da informação ela deverá ser objectiva,verdadeira,transparente e tão completa quanto possível.

O que acontece com Manuela Moura Guedes a apresentar o seu Jornal Nacional é precisamente o contrário do preconizado anteriormente! A jornalista adopta sistematicamente uma postura agressiva, intervencionista, opinativa, crítica e sectária sobre todos os acontecimentos que informa. Ela não veícula a informação, ela integra a informação. Ela não apresenta a informação ela própria pretende ser a informação. Ela não informa ela emite permanentemente a sua opinião. Ela não esclarece a informação ela emite juízos de valor sobre a informação. Ela acima de tudo pretende conciliar, na sua cabeça, simultâneamente, o papel de jornalista, agente política da oposição, magistrada judicial, polícia de costumes e sacerdotiza, quando ela não tem quaiquer qualificações, nao possui idoneidade moral, não foi sufragada pelos votos de ninguém e muito menos foi investida de qualquer mandato para o exercício de qualquer uma daquelas actividades. Quanto muito, apenas será uma má jornalista!

É aliás sintomática a forma como Manuela Moura Guedes respondeu à acusação de Arons Carvalho do PS pelo facto de ser ela uma das principais responsáveis pela campanha negra de difamação de José Sócrates! Essa resposta aconteceu na emissão televisiva da TVI na Segunda-Feira seguinte ao congresso do PS ocorrido no ultimo fim de semana.
Para o efeito apresentou uma peça em que uma jornalista daquela estação, refutando as críticas do deputado socialista, afirmou que na apresentação das notícias em causa apresentadas sobre o caso Freeport, apenas se reportou aos factos transcritos em dois documentos conhecidos da opinião pública como as duas cartas rogatórias, uma da Polícia Inglesa e a outra da Polícia Judiciária. E repetidamente voltou a ler as supostas frases bomba daqueles dois documentos reafirmando-os como factos indesmentíveis e como tal, fora de qualquer suspeita de deturpação e mentira, conforme acusara o PS.
Acontece que as afirmações proferidas, extraídas directamente dos dois documentos, constituem frases isoladas do texto, as quais lidas fora do contexto geral do documento, induzem os receptores da notícia a falsas interpretações e a incorrectas leituras, lançando-os numa nuvem de suspeições e de dúvidas completamente inaceitável.
A jornalista de serviço, ao ler uma frase do texto contido na carta rogatória da Polícia Inglesa que afirma que Sócrates é suspeito de receber luvas e subornos pela aprovação do empreendimento Freeport, está a deturpar descaradamente a verdade dos factos, uma vez que aquela afirmação contida naquele relatório, diz respeito a uma transcrição de um preâmbulo extraído do documento da PJ enviado à polícia inglesa em 2005. O que MMG não disse aos telespectadores, mas deveria te-lo feito por uma questão ética e deontológica, foi que Sócrates foi inicialmente considerado suspeito em 2005, quando na sequência de uma carta anónima foi levantado um processo judicial ao caso Freeport e que no decurso das investigações entretanto realizadas, Sócrates deixou de ser considerado suspeito. Também deveria ter complementado a sua peça com as seguintes informações: Qualquer cidadão português vivendo em Portugal não pode ser considerado suspeito pela Polícia Inglesa de qualquer crime cometido em Portugal; À luz da actual legislação Sócrates nunca teria sido considerado suspeito de coisa alguma, uma vez que as cartas anónimas e as gravações alegadamente abusivas, deixaram de, por si sós, constituir elementos suficientes para o levantamento de processos judiciais. Se tivesse completado a sua peça com o enunciado destes factos, então MMG teria cumprido com a sua obrigação de informar respeitando a verdade dos factos.

Num outro momento de reportagem daquele programa, que em norma dedica cerca de metade do tempo a "malhar" no 1ºMinistro, MMG levantava suspeitas sobre a forma alegadamente pouco transparente como José Sócrates teria adquirido o seu apartamento de duas assoalhadas no centro de Lisboa. Para o efeito, a reportagem de rua apresentou uma série de comparações entre o preço daquela compra e os preços de outras aquisições de outros apartamentos por parte de outros proprietários. O objectivo principal do artigo era mesmo lançar suspeições sobre a transparência da compra efectuada por José Sócrates.
A questão que se pode colocar é qual é a idoneidade moral da referida jornalista para lançar suspeições desta natureza? Então o 1º Ministro de Portugal não pode ser proprietário de um apartamento T2 no centro de Lisboa e a Sra MMG e o Sr Eduardo Moniz podem ser proprietários duma luxuosa vivenda com piscina na zona de Cascais?
Então e o facto do 1ºMinistro receber um vencimento mensal de cerca de 5000€ e o casal Moniz auferir em média cerca de quatro ou cinco vezes mais?
E depois de tudo isto têm a desfaçatez e o poder, de atentar diariamente contra o bom nome e dignidade das pessoa e cometer autênticos assassínios de carácter! Qual é a moralidade de tudo isto? Vivemos num Estado de Direito ou numa República de Xicos Espertos?

De facto alguma coisa tem que mudar neste mundo conspurcado e ignóbil da nossa Comunicação Social. Certamente que existem bons jornalistas servindo orgãos de comunicação social responsáveis...mas os maus jornalistas não podem continuar impúnes a adoptar a lei da selva como princípio orientador do seu código deontológico. Alguém terá que pôr cobro a este estado de coisas!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Calendário eleitoral, Terrorismo de Estado e Jornalismo de Sargeta

A razão de ser deste meu Blog, evocada aliás no seu preâmbulo, deve-se acima de tudo ao sentimento de revolta que sinto quando se promovem campanhas orquestradas com origem mafiosa desconhecida, alimentadas pelo mau jornalismo conivente, para denegrir e atingir pessoas, levantando suspeitas infundadas e lançando acusações não provadas, que apenas à Justiça compete provar.

O que se passa actualmente com o empolamento do caso Freeport constitui mais um destes casos vergonhosos, que pretende, acima de tudo, em ano de eleições, atingir o 1ºMinistro, Engenheiro José Sócrates, com o objectivo claro de tirar o poder ao Partido Socialista.

Márinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, durante a sua alocução na cerimónia da celebração do Ano Judiciário, consegiu sintetizar de uma forma brilhante o que se passa actualmente com o empolamento do caso Freeport, ao afirmar que "Existe uma promiscuidade entre os maus investigadores e o mau jornalismo em Portugal sem qualquer preocupação de que este estado de coisas crie um nevoeiro de suspeita terrível sobre a dignidade e inocência das pessoas"

Comecemos então pelos factos. A Justiça Portuguesa resolveu prosseguir nesta altura com a investigação ao caso Freeport, e muito bem, após ter recebido novos elementos processuais, decorrentes da investigação da polícia inglesa sobre o caso. Porém o que está em causa é a campanha difamatória vergonhosa contra a pessoa do 1ºMinistro na sequência dessa investigação!
A promiscuidade entre a Justiça e os jornalistas começa quando são divulgados no semanário Sol aspectos da investigação judicial que deveriam estar em segredo de justiça. Porque razão e com que intenção foi violado o segredo de justiça por parte de agentes judiciários, é uma questão com a qual nos interrogamos e indignamos, porque, ao fim ao cabo, esta violação constitui um crime que é cometido pela própria Justiça Portuguesa. Tratar-se-á de uma luta entre poderes, neste caso entre a Justiça e o Governo? Por alguma razão Cavaco Silva já veio dizer que este caso é um assunto do Estado! Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados chama-lhe Terrorismo de Estado.

Depois da divulgação criminosa dessas notícias na Comunicação Social surge a fase mais escabrosa de tudo isto com o tratamento abusivo, falseado e desproporcionado dos factos subtraídos ao processo judicial, por parte dos diversos orgãos de Comunicação Social. Surge assim uma campanha orquestrada, encabeçada sobretudo pelo Semanário o Sol, que iniciou a investigação do caso, e a redação da TVI sob a batuta de José Eduardo Moniz e de sua mulher Manuela Moura Guedes. Nos primeiros dias de divulgação e empolamento do caso valeu tudo! Longas reportagens feitas com má fé sobre personagens relacionadas com o processo, com destaque evidente para a família de José Sócrates, especulações gratuitas e detorpações flagrantes sobre factos, insinuações infames sobre Sócrates e acusações insultuosas, sem qualquer prova, sobre pessoas. Tudo isto que se passou, insere-se , ao fim e ao cabo, naquilo que o Ministro Santos Silva, designou há uns tempos a esta parte de "jornalismo de sargeta", uma vez que o que se pretende acima de tudo é lançar lama sobre pessoas.

As questões técnicas e políticas respeitantes à legalização do Freeport já foram amplamente esclarecidas por diversas entidades ligadas de alguma forma ao projecto. Freitas do Amaral, um especialista em Direito Administrativo, também já se referiu ao processo afirmando que considera todo o processo de licenciamento do Freeport dentro da maior legalidade e que o Decreto-Lei que altera os limites da ZPE, que tanta polémica suscitou, foi posteriormente promulgado pelo Presidente da República Jorge Sampaio após ouvido Durão Barroso. Esta argumentação teve até agora o condão de silenciar a maioria dos comentadores habituais do bota abaixo e de fazer parar a especulação à volta da questão da legalidade da aprovação do projecto Freeport.

Mas eis senão quando, surge uma nova polémica na Comunicação Social, apresentada como uma bomba e martelada até à exaustão pela TVI, SIC e SIC NOTÍCIAS e outros: "SÓCRATES SUSPEITO DE CORRUPÇÃO DA POLÍCIA INGLESA POR TER SOLICITADO, RECEBIDO OU FACILITADO PAGAMENTOS NO CASO FREEPORT". Esta notícia, pelas inerentes repercussões que teria na vida nacional e pelo evidente prejuízo que causaria à credibilidade do 1º Ministro, não poderia deixar indiferentes quer a Procuradoria Geral da República e o próprio Governo. Por essa razão ocorreram no espaço de dois dias um comunicado da PGR , duas entrevistas da Chefe do DIAP, Procuradora Cândida Almeida e uma comunicação do 1ºMinistro.

Na sequência de uma das entrevistas de Cândida Almeida, veio então a saber-se que, afinal, a célebre Carta Rogatória da Polícia Inglesa, quando se refere a Sócrates como suspeito de ter solicitado, recebido ou facilitado pagamentos, apenas retoma a redacção do pedido de ajuda que fora enviado a Londres em 2005 pelas próprias Autoridades Portuguesas. Essa dúvida não se confirmou explica a Procuradora, acrescentando que se essa carta tivesse sido escrita nos dias de hoje, essa frase não teria sido utilizada e nem sequer teria sido utilizado o nome de José Sócrates!
Não nos esqueçamos que as primeiras investigações da Justiça remontam ao tempo de Celeste Cardona como Ministra da Justiça e do célebre ( pelas más razões) Adelino Salvado como Chefe da Polícia Judiciária! Não estranhemos pois os termos utilizados na carta rogatória enviada à Polícia Inglesa declarando directamente o ex-Ministro Socialista José Sócrates como suspeito com base, unicamente, numa carta anónima.

Quer dizer, o simples facto de vir referenciado o nome de José Sócrates no documento parcial ou totalmente entregue criminosamente à Revista Visão foi suficiente para que esse facto fosse posteriormente vilmente empolado, deturpado e falsificado por alguma Comunicação Social (a tal designada de Sargeta), encabeçada pela TVI, SIC, SIC NOTÍCIAS e outras. Se não estamos em presença de uma Campanha Negra contra o 1º Ministro então o que representa tudo isto que se está a passar na Sociedade Portuguesa?

No meio de toda esta tempestade existem contudo algumas questões que não foram ainda objecto de análise por parte dos comentadores habituais. Uma dessas questões diz respeito à importância do empreendimento em termos de interesse público com tudo que ele representa para o desenvolvimento da região no que diz respeito ao emprego, prosperidade de empresas que venderam bens e serviços, bem-estar dos milhões de pessoas que visitam as instalações do Freeport, contribuição positiva para a redução da inflação do país!
Tudo isto não seriam motivos mais que suficientes para o interesse manifestado pela Autarquia de Alcochete e pelo Governo de Guterres, em apressarem e chamarem a si o licenciamento do Projecto Freeport?

Uma outra questão que não tem sido muito comentado no meio de toda esta turbulência prende-se com o facto de os dois Orgãos de Comunicação Social mais activos no empolamento e deturpação do caso Freeport, O semanário Sol e a TVI, estarem a atravessar ambos uma crise financeira de tal modo grave que a sua sobrevivência apenas estar dependente da entrada de um novo accionista, com muito capital disponível.
Desta forma, a sua actuação despudorada e sensacionalista neste caso, teria a ver com uma necessidade absoluta de captação de receitas resultante do aumento de vendas e de audiências!

Quanto ao facto do surgimento desta campanha orquestrada no início do ano de todas as eleições é a própria Procuradora Cândida Almeida que o afirma: Se eu ( Cândida Almeida) estivesse no lugar de José Sócrates, pensaria da mesma forma forma do que ele, isto é que o empolamento deste caso neste momento constitui uma Campanha Negra com o objectivo claro de o atingir na sua dignidade e na sua honra tendo em vista um desgaste político e de credibilidade por forma a prejudicá-lo nas próximas eleições!