domingo, 27 de março de 2011

O comboio do FMI

Como era de esperar o Conselho Europeu adiou a viabilização do Fundo de Estabilidade, que permitiria dar confiança aos mercados no sentido da redução das taxas de juro que nos irão continuar a asfixiar, cada vez mais, nas próximas semanas.
Depois da demissão de Socrates após a inviabilização por parte do PSD das medidas de austeridade do PEC 4,de facto, o Conselho Europeu não poderia ter feito outra coisa.
Passou Coelho e seus capangas conseguiram mesmo apagar a luz ao fundo do túnel que os portugueses começavam a vislumbrar no horizonte.
Ou seja, melhor dizendo, Passos Coelho não apagou a luz do dia que se vislumbrava ao fundo do túnel! O PSD substituiu a luz do dia, a luz da esperança, pela luz do farol de um comboio que vem do túnel em direcção a todos nós.
Esse Comboio que aí vem, desenfreado para nos atropelar, tem várias carruagens: A primeira carruagem , de 1ª classe, luxuosa, traz o Presidente da República e a sua comitiva, incluindo o assessor Fernando Lima. O lema dessa carruagem é um Presidente , uma maioria e o FMI.
A segunda carruagem, igualmente de 1ª classe, traz todos os barões do PSD, sôfregos pelo poder e ansiosos para enriquecer aplicando as receitas que os seus correlegionários aplicaram no banco BPN. Nessa carruagem vêm também alguns jornalistas que gostam de viajar em 1ª classe .
Finalmente as restantes carruagens são de mercadorias e trazem o letreiro do FMI.
Preparem-se todos os portugueses, as medidas que aí vêm não são apenas para os funcionários públicos e pensionistas que ganham mais de 1500 Euros. As medidas de austeridade do FMI vão atingir mesmo todos os portugueses, principalmente os mais desfavorecidos.
Mas julgam que o PSD estará muito preocupado com esta situação? Não está mesmo nada. Antes pelo contrário!
Como sabem o PSD não apresentou até ao momento qualquer medida de austeridade para o cumprimento das metas do défice para 2011, 2012 e 2012, com as quais se comprometeu em Bruxelas. E porquê?
Porque eles sabem que a partir do momento em que o FMI entrar no nosso país irão ser exigidos sacrifícios muito mais gravosos do que aqueles que temos suportado até aqui.
Implementadas essas medidas de austeridade preconizadas pelo FMI,com as quais o PSD concorda mas não assume, Passos Coelho lavará as mãos como Pilatos, atribuindo as culpas para o Governo de Sócrates.

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