domingo, 27 de janeiro de 2008

CRONISTAS, ANALISTAS E JORNALISTAS

Um conhecido cronista do Semanário Económico de nome Duque ( João), inventor da teoria da conspiração do Governo no assalto`ao BCP, escreveu recentemente um artigo naquele semanário onde descreve a sua indignação pela nomeação de Armando Vara para a administração daquele banco. Confessa ele, no meio de uma série de supostas perguntas inteligentes dos seus três sobrinhos (não esclarece se são da JSD), que A. Vara é dotado de quatro qualidades de indiscutível mérito e utilidade para o negócio bancário, a primeira das quais prende-se com o facto de ele ter o nºde telefone do Eng. José Sócrates memorizado no seu telemóvel. As outras qualidades que descreve estão todas elas relacionadas com o facto de os dois serem amigos de longa data, insinuando desta forma, maldosamente, que Armando Vara não tem qualificações para o cargo que vai exercer e que foi Sócrates que o pôs nesse lugar.
Aliás este artigo cavalga na onda de um mar de críticas e de acusações de outros cronistas, analistas e jornalistas a soldo, naturalmente da mesma área política, que nos ultimos tempos vem atingindo a pessoa de Armando Vara.
Curiosamente o Jornal Expresso na sua edição desta semana, publica um artigo de uma página inteira sobre aquela figura pública, descrevendo o seu trajecto profissional e político e o circulo das suas amizades no Partido Socialista.
Em toda a descrição da sua vida pessoal e profissional não consegui descortinar qualquer aspecto menos positivo na sua carreira que o pudesse comprometer em termos éticos, de carácter ou profissionais. Pelo contrário são visíveis naquela descrição muitos aspectos positivos, nomeadamente no que respeita à sua determinação, capacidade de trabalho, carácter e capacidade de relacionamento.
Uma ascensão devida em certa medida ao circulo das suas amizades dentro do partido socialista? Concerteza, mas essa ascenção deve-se também a muito mérito da sua parte. E depois eu pergunto quais são as carreiras brilhantes dos bem sucedidos do nosso país que não contaram com a ajuda preciosa, em alguma fase das suas vidas, de uma ferramenta tão essencial como a amizade dos outros? Promiscuidade entre a política e o mundo dos negócios, que é uma coisa absolutamente condenável, não vejo neste caso o mínimo indício de que isso possa ter acontecido! Se sabem de alguma coisa então que digam...
Agora porque é que estes senhores cronistas, analistas e jornalistas a soldo não falam de casos conhecidos de verdadeira promiscuidade entre a política e os negócios e preferem antes debruçar-se sobre estes casos de lana caprina só porque pretendem atingir o 1ºMinistro? O Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados veio agora falar disso e não esconde ou omite nomes nem partidos.
Passemos então em revista alguns casos que estarão certamente em foco nos próximos tempos:

- Um Senhor que foi Ministro das Obras Públicas de um Governo de maioria PSD e que com estas funções concebeu e assinou um contrato com a Lusoponte para definir a forma de financiamento pelos utentes e pelo Estado das duas travessias sobre o Tejo existentes à data, foi posteriormente nomeado Administrador daquela empresa, após ter sido exonerado do cargo de Ministro. Uns anos mais tarde este senhor volta à ribalta mediática porque vai ter que negociar com o Ministério que outrora lhe pertenceu, para acertar algumas clausulas do referido contrato em virtude da futura construção de uma nova ponte sobre o rio Tejo.

- Um Ex- Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Cavaco Silva, um conhecido militante do PSD, após ter abandonado funções resolveu fundar um banco recorrendo a uma suposta Sociedade Lusa de Negócios (SLN), empresa que chegou a ter cerca de quatrocentos accionistas mas que nunca se chegou a saber quem estava à frente dessa sociedade. O banco que viria a ser conhecido pelo banco do PPD/PSD, por onde foram passando algumas figuras daquele partido, nomeadamente o Dr. Dias Loureiro, está neste momento sob suspeita das entidades de Supervisão por alegadas irregularidades com «off shores»

- Um Ex- Ministro da Administração Interna de um Governo PSD, também ele militante daquele partido e actual conselheiro do seu actual Presidente, Luis Filipe Menezes, orgulha-se de ser Administrador de cerca de catorze empresas privadas.

- Estariamos certamente aqui a falar muito tempo acerca destes casos, curiosamente todos eles envolvendo personalidades do PSD, cuja linha de fronteira entre o mundo dos negócios e a política é de caracterização muito duvidosa.

O Articulista do Semanário Económico, João Duque, questiona-se no artigo acima mencionado qual a resposta que deverá dar aos seus sobrinhos acerca das questões por eles levantadas sobre os eventuais compadrios existentes na política? Alias o título do artigo é : E agora o que eu lhes digo?
Eu sugiro que lhes diga o seguinte: Olhem meus meninos, o Armando Vara ao pé destes notáveis do PSD é um autentico menino de coro.... e se vocês querem de facto subir na vida aconselho-os a irem mesmo colar cartazes... mas pelo PSD. Mais tarde ou mais cedo voltarão a enganar os Portugueses|

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