quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Paulo Pedroso e a aliança do PS com Deus ou com o Diabo

O grande acontecimento da semana foi, sem dúvida alguma, um Tribunal ter considerado que a prisão preventiva de Paulo Pedroso em Maio de 2003 por suspeita de pedofilia, foi um erro judicial grosseiro, indmenizando-o com 130.000 €uros. Na sequência disso, este político da ala esquerda do Partido Socialista, tem estado na ordem do dia, desdobrando-se em entrevistas e aparecimentos nas primeiras páginas dos jornais e aberturas de telejornais.

Este interesse mediático repentino, pelas boas razões, sobre a figura de Paulo Pedroso, não visa em minha opinião qualquer tentativa da Comunicação Social de se redimir perante evidentes responsabilidades de alguns dos seus orgãos, na publicação de especulações e suposições durante o processo da sua condenação e prisão, que ajudaram, e muito, a denegrir e afundar a sua imagem perante a opinião pública.
Como todo o Poder que se preza, tal qual como acontece com o Ministério Público, a Comunicação Social tem sempre grandes reservas em assumir os seus erros e reparar situações de injustiça provocadas no seu seio.
Agora fez-se alguma justiça apenas em termos de funcionamento da Justiça Portuguesa, embora o processo ainda não tenha sido encerrado devido ao facto de o Ministério Público ter recorrido. De novo a dificuldade em assumir erros por parte de um Poder , mesmo que esses erros sejam considerados grosseiros por um Tribunal independente!
Assim, a acção de reparação de danos, de toda a ordem, provocados a Paulo Pedroso por alguma Comunicação Social, não irá certamente ser feita nos Média mas sim nos tribunais, conforme explicitou recentemente o seu advogado. Esse processo vai continuar e cá estaremos todos para assistir ao seu desenlace.

Uma outra investigação que vai necessáriamente ser perseguida por Paulo Pedroso e pelo Partido Socialista é a célebre história da cabala política montada contra o Partido Socialista, visando as figuras de Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, Jaime Gama e Jorge Sampaio, envolvendo-os directamente no processo Casa Pia.

É um dado adquirido, já afirmado por algumas entidades públicas independentes, nomeadamente o Presidente da Ordem dos Advogados, que teve lugar uma operação montada para prejudicar o Partido Socialista. Esta operação, para ser efectivamente concretizada, como foi, necessitou da colaboração de várias entidades, nomeadamente das áreas, política, judicial, empresarial e comunicação social. Como inventona que foi, existiu certamente uma cabeça que idealizou, planeou e coordenou toda a acção. Certamente que Paulo Pedroso e o Partido Socialista não vão afrouxar a luta no sentido de se saber tudo o que se passou.

Aliás esta deverá ser a obrigação de um Estado de Direito, perseguir até à exaustão o objectivo de alcançar o esclarecimento de toda a verdade deste caso, sob pena, de se estar a condescender com uma situação perversa, que apenas subsiste nas sociedades subdesenvolvidas, isto é, de se permitir a existência de um Estado invisível e maquiavélico dentro do próprio Estado, capaz de afrontar de uma forma ostensiva, desafiante e provocadora os próprios partidos políticos, nomeadamente os que aspiram a exercer funções governativas.

Não se trata neste caso da necessidade da existência de um Ministério Público autónomo,independente do poder político capaz de afrontar os poderosos deste país, que é legítimo e desejável, mas sim da existência de um Ministério Público, sem rei nem roque, que permite a actuação de Procuradores que executam erros grosseiros contra individualidades políticas de um Partido e que afrontam directamente, sem a existência de fundamentos consistentes, a Instituíção Mãe da democracia portuguesa, como é a Assembleia da República.

Não é certamente por acaso que Paulo Pedroso, numa entrevista recente à TSF, admitiu aceitar uma eventual coligação entre Socialistas e o PSD para formação de um Governo, no caso de José Sócrates nao conseguir obter a maioria absoluta nas próximas eleições legislativas!
Todos sabemos como este país é ingovernável com a vigência de governos de maioria simples. Não só as políticas sociais económicas não têm possibilidade de ser implementadas, uma vez que esbarram num muro de intransigência levantado a partir de uma oposição irresponsável e oportunista, mas o próprio Estado fica enfraquecido e debilitado perante um mar de bloqueios criado por parte de todos os poderes instalados neste país.

Paulo Pedroso sabe perfeitamente que a completa investigação ao processo em que se encontra envolvido apenas poderá acontecer com um Estado forte que não tolere a existência de um outro Estado paralelo pernicioso e com um Governo forte, isento, que concretize a plena implementação e execução das reformas em curso, nomeadamemte a da Administração Pública, da Justiça e da Comunicação Social. Ele também sabe, por causa de todas as vicissitudes por que passou, que está irremediavelmente condenado em não alcançar o topo da sua carreira política. Fundamentalmente, o que lhe interessa é que o próximo governo seja um governo forte venha ele de uma maioria absoluta ou de uma coligação do PS com Deus ou com o Diabo!

No caso de a coligação de governação ser feita com o Diabo, o único risco que ele corre ao não hostilizar tal arranjinho, é que os autores da eventual cabala contra ele e seus correligionários, virem mais tarde, a ser conotados com o próprio Diabo!

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